A indisponibilidade dos maiores centros de saúde dos Açores para realizar citologias ginecológicas está a afetar a eficácia do programa de rastreio do cancro do colo do útero, alertou hoje Raul Rego, diretor do Centro de Oncologia dos Açores.
“Nos maiores centros de saúde dos Açores, nomeadamente Ponta Delgada, Ribeira Grande e Angra do Heroísmo, a situação não está a correr bem", afirmou Raul Rego, acrescentando que, pelo contrário, "na Praia da Vitória e na ilha do Pico está a correr muito bem e nos outros concelhos das restantes ilhas está a correr assim-assim”.
O responsável pelo Centro de Oncologia dos Açores frisou que, nos primeiros 14 meses deste programa, deveriam estar rastreadas 15 mil mulheres, com idades entre 25 e 64 anos, e apenas estão cerca de 9 mil, ou seja, menos 6 mil do que o previsto.
“Isto depende muito da força de vontade dos conselhos de administração e do desempenho dos profissionais, sobretudo dos profissionais médicos. Claro que há carência de profissionais médicos, sobretudo de médicos de família, e isso é uma limitação, mas também deveria haver um maior empenho de todas as partes”, afirmou.
A incidência de cancro do colo do útero é inferior nos Açores ao do cancro da mama, mas regista todos os anos 15 a 20 novos casos e cinco ou seis mortes, tendo Raúl Rego salientado que o rastreio vai além da deteção de casos de cancro.
“Cerca de 22 por cento dos casos das mulheres rastreadas são alvo de uma recomendação ao respetivo médico assistente, o que também é um ganho do ponto de vista da saúde”, frisou.
O responsável pelo Centro de Oncologia dos Açores assegurou que vai “reforçar as diligências junto dos centro de saúde para que aumentem o seu empenho”, numa altura em que faltam cerca de dois anos para terminar a primeira volta do programa de rastreio do cancro do colo do útero.
22 de agosto de 2011
Fonte: Lusa
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