22 de fevereiro de 2013 – 17h07 
A universalização de tratamentos antirretrovirais numa região rural da África do Sul gerou um aumento brutal da esperança de vida em adultos infetados pelo vírus da SIDA, revela um estudo publicado esta quinta-feira nos Estados Unidos.
A ação realizada numa comunidade rural da província de KwaZulu-Natal, onde a taxa de infeção em adultos atinge os 29%, gerou, em oito anos, um aumento da esperança de vida de 11,3 anos, detalha o estudo publicado na revista Science. De 49,2 anos, passou para 60,5 anos.
“Trata-se do aumento de esperança de vida mais rápido alguma vez observado na história da saúde pública", comentou Bärnighausen, professor de Saúde Pública da Universidade de Harvard e líder da investigação, conduzida entre 2004 e 2011.
"A universalização de tratamentos antirretrovirais realizados pelo setor público inverteu amplamente o declínio da esperança de vida, que resultava das infeções pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) nos anos 1990 e no início de 2000 ", informou Jacob Bor, da Universidade de Harvard e um dos autores do trabalho, cita a agência France Presse.
O tratamento anti-retroviral representa um custo de 500 a 900 dólares (570 a 670 euros) por ano e por pessoa. Mas Bor e os seus colegas também mostraram que os benefícios do tratamento ultrapassam largamente os custos médicos - que, no caso sul-africano, totalizaram 10,8 milhões de dólares (oito milhões de euros) ao longo dos oito anos.
A África do Sul, o país com maior número de portadores do vírus da SIDA, dispõe do programa mais alargado de antirretrovirais, com cerca de 1,7 milhões de beneficiários, num total de 5,6 milhões de doentes seropositivos.

SAPO Saúde com AFP