A imunização na idade adulta é uma das preocupações da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que apela à vacinação antipneumocócica numa faixa etária em que a doença pneumocócica se manifesta, sobretudo, sob a forma de pneumonia, uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação.
O envelhecimento enfraquece o sistema imunitário, tornando o ser humano mais vulnerável a bactérias como o pneumococo, um dos grandes responsáveis pelas pneumonias.
"A imunização no adulto, em particular contra a doença pneumocócica, é uma das nossas grandes preocupações enquanto sociedade científica", começa Venceslau Hespanhol, médico e presidente da Sociedade Portuguesa de Pneumologia.
"Crianças e adultos com mais de 50 anos estão mais susceptíveis a contrair a doença pneumocócica. No entanto, se no caso dos mais novos há uma natural aposta na imunização, com a chegada à idade adulta, preocupamo-nos menos e acabamos por descurar a prevenção. Por isso, na Semana Europeia da Vacinação relembramos que a vacinação antipneumocócica não deve ser um exclusivo das crianças. Os adultos também devem ter essa preocupação", continua.
Grupos de risco
Pessoas nos extremos das idades, bem como adultos com mais de 50 anos que tenham co-morbilidades como Diabetes, Asma, DPOC e Doença Cardíaca ou pessoas cuja imunidade está comprometida também devem vacinar-se.
Para a Sociedade Portuguesa da Pneumologia, a prevenção é fundamental.
Existe, desde 2014, uma recomendação da SPP para que os principais grupos de risco sejam imunizados com a vacina antipneumocócica.
Em junho do ano passado, esta recomendação foi reforçada por uma norma da Direção Geral da Saúde (DGS), que recomenda a vacinação a todos os adultos (pessoas com mais de 18 anos) pertencentes aos grupos de risco, nomeadamente diabéticos, pessoas com asma, DPOC ou doença cardíaca crónica.
"É tempo de agir. Todos os dias são internadas 81 pessoas com Pneumonia. Uma pessoa morre a cada hora e meia. Só em custos diretos com internamentos, gastamos anualmente 80 Milhões de euros, o equivalente a 218 mil euros por dia. Custos que não contemplam despesas indiretas incalculáveis como sequelas graves ou mortes, a maioria potencialmente prevenível", conclui o presidente da SPP.
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