A propósito do Dia Mundial da Pneumonia, que se assinala anualmente a 12 de novembro, importa recordar e frisar as consequências que outras doenças, como é o caso da doença pneumocócica, podem ter na vida dos doentes crónicos.

A doença pneumocócica, causada pela bactéria “Streptococcus pneumoniae”, ou pneumococo, é uma das principais causas de pneumonia. Em cerca de 63.4% dos casos são doença não invasiva, mas, em Portugal, os casos de doença pneumocócica invasiva (DIP), onde se inclui a Pneumonia Bacteriémica, a Meningite e a Sepsis, têm aumentado ao longo dos anos.

Isto torna-se preocupante quando percebemos que a pneumonia continua a ser uma das doenças respiratórias que mais matam em Portugal, sendo a primeira causa de morte relacionada com o aparelho respiratório (43,9%), se excluirmos o cancro do pulmão. Só em 2022, causou a morte de quase cinco mil portugueses, o que equivale a 12 mortes por dia.

Além disto, a DIP é principalmente preocupante nos extremos de idade, como é o caso das crianças abaixo dos cinco anos e dos adultos acima dos 65, e em pessoas com comorbilidades de risco, como os doentes respiratórios. Nestes últimos, a DIP pode até agravar as doenças crónicas de base, que por si só enfraquecem o sistema imunitário, deixando o corpo mais vulnerável à bactéria.

Segundo os dados mais recentes, 72,2% dos doentes hospitalizados por DIP tem pelo menos uma comorbilidade.

Apostar na prevenção é, por isso, fundamental para combater a doença pneumocócica. O pneumococo transmite-se por gotículas respiratórias, como tosse ou espirros, sendo aconselhada a adoção da etiqueta respiratória. Além disso, manter hábitos saudáveis, como a higiene oral, a moderação no consumo de álcool e o não consumo de tabaco ajuda a reduzir o risco de infeções.

Ainda assim, a prevenção através da vacinação, contra o pneumococo é a forma mais eficaz de prevenir infeções graves e reduzir a mortalidade e morbilidade associadas à doença pneumocócica. Os dados indicam que a imunização generalizada de adultos poderia levar a uma diminuição das infeções registadas, diminuindo, consequentemente, os internamentos, a mortalidade e os custos associados à doença pneumocócica.