O que é o herpes zoster/zona?
A zona é uma reativação do vírus herpes zoster. Estudos apontam para que em Portugal 90% dos portugueses acima dos 50 anos sejam portadores do vírus herpes zoster, responsável pela infeção na infância conhecida como Varicela, mas que em idades adultas por vezes reativa-se e causa uma infeção passível de complicações.
Como é que podemos perceber que o vírus está ativo? Quais são os sintomas?
Os sintomas começam por comichão e/ou dor na pele de uma região especifica do corpo, que normalmente precede umas manchas vermelhas tendem a confluir e a formar pequenas bolhas com líquido, e com final evolução para crostas.
Pode afetar qualquer pessoa? Quem está em maior risco?
Suspeita-se que 1/3 dos portugueses desenvolverá ao longo da sua vida um episódio de zona, sendo que os idosos, os doentes imunodeprimidos (por doença primária ou por estar sob tratamento que deprima a ação do sistema imunitário) e os portadores de doença crónica como os doentes que sofrem de diabetes, doença pulmonar obstrutiva crónica, asma, doença renal ou cardiovascular e ainda doença hepática crónica.
Existe tratamento?
Existe tratamento, mas a eficácia depende de um rápido diagnóstico, pelo que em caso de dúvida o doente deverá de imediato contactar o seu médico assistente ou contatar a linha SNS24.
E formas de prevenir esta reativação do vírus varicela-zoster?
A melhor forma passa pela prevenção. Se nunca teve varicela, o herpes zoster é contagioso por contacto direto (com o líquido das bolhas) ou indireto através de contato com objetos contaminados. O doente neste caso é contagioso até todas as lesões da pessoa infetada estarem em crosta e em caso de contágio o doente desenvolverá Varicela.
Por outro lado, sobretudo nas populações acima de 50 anos e portadores de doença crónica, a vacinação é a ferramenta de eleição na prevenção da reativação vírica do herpes zoster, e na diminuição das complicações associadas à sua reativação pelo que a sua administração é recomendada pelas Sociedades Portuguesa de Medicina Interna e Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar a todas as populações vulneráveis acima mencionadas, através de um consenso publicado em 2023 que visa auxiliar o médico a selecionar entre as vacinas disponíveis, a que melhor se adequa ao seu doente.
Quais são as principais consequências deste vírus? O que devemos fazer para as evitar?
Existem várias complicações debilitantes associadas á Zona, destacando-se a Nevralgia pós-herpética, uma dor permanente no local de reativação do Herpes, com a necessidade de terapêutica analgésica crónica nos casos mais complexos. Por outro lado, em caso de atingimento ocular, existe ainda o risco acrescido de perda de visão total ou parcial, pelo que nestes casos é necessária avaliação oftalmológica urgente. Regra geral estas complicações e a sobreinfeção bacteriana das lesões vesiculares da pele são as mais frequentes, embora em raros casos de infeção do sistema nervoso estejam descritos (encefalite, meningite).
Assim, para podermos evitar a reativação da infeção pelo Herpes Zoster, mais conhecido como Zona, devemos perguntar ao nosso médico assistente se temos indicação para realizar a vacina contra a zona, manter hábitos de vida saudáveis prevenindo e controlando as doenças crónicas associadas se for o caso, nunca esquecendo que se suspeitarmos de Zona, devemos procurar ajuda médica com urgência sob pena de perdermos o benefício que a terapêutica antiviral aporta.
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