4 de outubro de 2013 - 14h58
Os problemas relacionados com a tiróide afetam mais de um milhão de portugueses. A incidência destas doenças é quatro vezes maior nas mulheres do que nos homens. 
“A patologia da tiróide pode apresentar-se como nódulos, aumento difuso do volume da glândula (o chamado bócio) ou devido à disfunção da glândula, originando quadros de hipertiroidismo ou hipotiroidismo", explica Ana Alves Rafael, cirurgiã geral dedicada à área da cirurgia endócrina da clínicacuf belém. "Os nódulos da tiróide atingem cerca de 20 a 40% da população adulta", acrescenta. 
A maioria destes nódulos são benignos, mas alguns, pelo seu volume ou pelas suas características ecográficas, merecem atenção médica e obrigam frequentemente a estudo com citologia aspirativa de agulha fina ecoguiada, refere a especialista. Esse exame permite detetar ou excluir a existência de um carcinoma da tiróide. 
O hipotiroidismo pode causar cansaço, depressão, bradicardia, aumento de peso, pele seca e quebradiça, edemas, frio e obstipação. O hipertiroidismo pode causar insónia, calor, tremores, perda de peso, osteoporose e arritmias que podem ser malignas. Ambas as patologias podem causar alterações da libido, irregularidades menstruais, disfunção sexual, infertilidade e também alterações a nível do cabelo. Na criança, estas patologias podem afetar o comportamento, o rendimento escolar e o crescimento.
“O tratamento das doenças da tiróide é complexo, mas pouco agressivo. Os casos de hipotiroidismo são facilmente tratados com hormona tiroideia. Os casos de hipertiroidismo podem ser tratados com fármacos anti-tiróideus. Ambas as disfunções podem ter que ser resolvidas com recurso a cirurgia”, afirma a cirurgiã. 
Apesar de na última década o carninoma da tiróide ter vindo a aumentar significativamente, apenas 5 a 10% dos nódulos da tiróide são malignos, obrigando assim a cirurgia definitiva e, posteriormente, em alguns casos, a um tratamento complementar com iodo radioativo. A cirurgia da tiróide pode também ser empregue em casos de bócios volumosos, que causem sintomas compressivos, como falta de ar (dispneia), rouquidão (disfonia) ou dificuldade em engolir (disfagia) ou implicações estéticas, e em alguns casos da Doença de Graves.

SAPO Saúde