Segundo a ministra, há três novos casos no Porto e um em Lisboa. “Destes quatro novos casos, três são no Norte e têm ligação epidemiológica a casos anteriores” e a Itália, disse Marta Temido aos jornalistas após uma reunião dos ministros da Saúde da UE, em Bruxelas. Relativamente ao caso de Lisboa, Marta Temido admite não saber ainda como foi infetado pelo COVID-19.
"Continuamos com uma identificação da ligação epidemiológica dos casos […], o que nos permite identificar a existência de casos e nos dá confiança de não haver ainda transmissão livre na comunidade", garantiu a ministra em declarações aos jornalistas na capital belga.
Marta Temido precisou que três destes casos estão a ser acompanhados no centro hospitalar de São João, no Porto, enquanto o outro é acompanhado no centro hospitalar de Lisboa Central. “Continuamos com uma identificação da ligação epidemiológica dos casos […], o que nos permite identificar a existência de casos e nos dá confiança de não haver ainda transmissão livre na comunidade”, concluiu a ministra da Saúde.
Estes novos casos de infeção somam-se aos nove contágios confirmados nos últimos dias: três em Lisboa, cinco no Porto e um em Coimbra (que está hospitalizado no Porto) - oito homens e uma mulher com idades compreendidas entre os 30 e os 69 anos.
Segundo o último boletim informativo da DGS, divulgado na quinta-feira à noite, há 147 casos suspeitos e 213 pessoas estão sob vigilância pelas autoridades de saúde.
Questionada sobre uma possível relação do novo caso em Lisboa com a escola secundária Roque Gameiro, na Amadora, onde uma professora foi diagnosticada com COVID-19, a ministra da Saúde disse: “Que eu saiba, não há qualquer ligação”.
Com um total de 13 casos confirmados, Portugal mantém-se em “fase de contenção alargada”, referiu Marta Temido, indicando que não existe ainda um cenário de mitigação do surto, como já acontece em outros países da UE com mais casos. Marta Temido apelou para uma “utilização criteriosa dos equipamentos de proteção individual”, notando que “não são todas as pessoas que precisam de máscaras”.
Em Portugal, segundo a ministra, existe uma quantidade de equipamentos que permite ao Governo estar “tranquilo”, tanto relativamente aos ‘stocks’ da reserva estratégica nacional, como a outros em instituições como a Cruz Vermelha Portuguesa. “Mas não temos quantidades que nos permitam, nesta fase, partilhá-los” com outros países da UE, apontou.
Falando sobre a reunião de ministros da Saúde em Bruxelas, Marta Temido apontou que do encontro saiu “a preocupação de coordenação, de articulação e, sobretudo, a ativação de mecanismos que existem na UE para compras conjuntas, para programação conjunta”. “O que a senhora comissária [da Saúde, Stella Kyriakides] nos garantiu é que, na próxima semana, estarão em marcha medidas relacionadas com essa questão dos equipamentos de proteção individual e que também está a ser feito um trabalho de acompanhamento daquilo que são as insistências nas linhas de distribuição”, apontou.
Stella Kyriakides anunciou, na reunião, um contrato conjunto entre 20 Estados-membros para acesso a equipamentos de proteção individual. “É extremamente perigoso para todos nós se médicos, enfermeiros e profissionais de saúde da linha de frente não dispõem do equipamento de proteção necessário”, notou a comissária europeia da Saúde.
Stella Kyriakides divulgou ainda um apoio financeiro de 37,5 milhões de euros, que se soma aos 10 milhões de euros já anunciados, para financiar 17 projetos de 136 equipas de investigação que vão trabalhar no desenvolvimento de vacinas, novos tratamentos, testes de diagnóstico e sistemas médicos para impedir a propagação do novo coronavírus.
Os portugueses infetados
O primeiro caso diagnosticado em Portugal corresponde a um médico do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa, em Penafiel, que tinha estado no norte de Itália de férias. Está internado no Hospital de Santo António, no Porto.
O segundo paciente, de 33 anos, foi contagiado em Valência. Está internado no Hospital de São João, no Porto, e, de acordo com o Jornal de Notícias, trabalha no ramo da construção civil.
Na terça-feira, surgiram mais dois casos, e novamente dois homens, de 49 e 37 anos, ambos contagiados em Portugal, por um dos dois primeiros infetados.
O terceiro caso está internado no Hospital Curry Cabral. De acordo com o jornal O Mirante este homem reside em Alverca e é funcionário da fábrica Dacsa Atlantic, em Coruche. Este caso terá mantido contacto com o segundo infetado a ser confirmado com o vírus em Portugal, e que esteve na unidade de Coruche a efectuar operações numa máquina industrial, depois de ter vindo de Valência, avança o mesmo jornal.
O quarto caso corresponde a um homem de Coimbra que foi encaminhado para o Hospital de São João, no Porto.
Na quarta-feira, mais dois casos: o quinto caso refere-se a um homem de 44 anos, também regressado do norte de Itália onde esteve a frequentar uma masterclass em Bérgamo. Trata-se de um professor da Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo do Porto (ESMAE). A instituição de ensino decidiu suspender as aulas. Há dezenas de alunos em isolamento social.
O sexto caso é o da primeira mulher infetada em Portugal. Está internada no Curry Cabral, em Lisboa. Tem entre 40 e 49 anos e foi contagiada em Itália. Esta mulher é professora numa escola da Amadora, na escola básica Roque Gameiro, e leciona a disciplina de Físico-Química aos alunos do 7.º ano. Esta professora esteve em Itália durante as férias do Carnaval. Os alunos do sétimo ano desta escola foram colocados em isolamento profilático.
O sétimo caso, confirmado na quinta-feira, é de "um homem de 50 anos que veio de Itália e que está no Centro Hospitalar Universitário de São João".
No mesmo hospital está também o oitavo caso: um homem de 49 anos que foi infetado pelo COVID-19 em Portugal.
Quanto ao nono caso, trata-se de um homem que está internado em Lisboa, no Hospital Curry Cabral, de 42 anos. Trata-se de um contacto com um caso confirmado em Portugal, de acordo com um comunicado da DGS.
Doença alastra
O surto de COVID-19, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia, provocou mais de 3.450 mortos e infetou mais de 100 mil pessoas em pelo menos 86 países, incluindo 13 em Portugal.
Até à meia-noite de sexta-feira (16:00 horas de quinta-feira, em Lisboa), a China continental, que exclui Macau e Hong Kong, somava, no total, 3.042 mortes e 80.552 casos de infeção, mais de 80% do conjunto global em todo o mundo, apesar dos surtos recentes em Itália, Irão, Coreia do Sul e Japão.
A China informou que mais de 53.700 pessoas receberam alta no país desde o início do surto.
Além dos 3.042 mortos na China Continental, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos, Filipinas, Espanha, Reino Unido e Iraque.
Acompanhe aqui, ao minuto, todas as informações sobre o coronavírus (COVID-19) em Portugal e no mundo.
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