A saúde mental é altamente complexa e, na grande maioria das vezes, não estamos num registo de doença mental, mas temos um sofrimento emocional significativo. O sofrimento emocional assume diversas formas, muitas delas menos faladas, mais subliminares e que, por isso, temos tendência a desvalorizar
Ignoramos muitas vezes os estados emocionais que implicam dor, mas que são menos manifestos pela incompreensão associada a estes estados emocionais e que leva a que eles sejam vividos mais ‘para dentro’, mais a sós e que a procura de ajuda seja feita muito tardiamente, o que dificulta a intervenção e o atenuar do sofrimento.
Por isso, é importante estarmos atentos aos sinais menos falados do adoecer emocional e pedir a ajuda, antes que a situação empole, destes sinais desatamos:
Tonalidade de vazio interior
A sensação de que existe uma certa ausência dentro de nós, de que nada emocionalmente parece habitar-nos e que aconteça o que acontecer já nada nos parece afetar. É um grande sinal de alerta, uma vez que, na grande maioria das vezes, não indica uma gestão emocional apurada, mas sim uma grande contenção emocional e um bloqueio inconsciente das nossas emoções;
Sentimento de solidão
Quando as relações começam a parecer demasiado superficiais, quando damos por nós a sentirmo-nos permanentemente incompreendidos por quem está à nossa volta e a vivenciar todos os desafios de forma tendencialmente solitária, começamos a criar espaço a tonalidades mais depressivas. A solidão é sempre um sinal de alerta relevante e que deve levar ao pedido de ajuda;
Viver em piloto automático
Muitas vezes, entramos em piloto automático como forma de assegurar todos os apelos do dia a dia, do trabalho e das relações. No entanto, por norma, apesar de o piloto automático nos ajudar a manter o equilíbrio numa primeira fase, posteriormente, leva-nos à exaustão e à fratura emocional. Por isso, se todos os dias sente que perdeu as rédeas e que está em modo de sobrevivência em ‘piloto automático’, está na altura de pedir ajuda.
Estes sinais merecem a nossa atenção e o nosso cuidado, uma vez que tendemos a fingir que não estão a acontecer e a ter a ideia que se os valorizarmos estamos a ser ‘frágeis’. Lembre-se que o desequilíbrio ao nível da saúde mental apresenta uma grande amplitude de sintomas e que todos eles são válidos e comunicam por si só uma necessidade, por isso, nunca devem ser ignorados.
Um artigo das psicólogas clínicas Cátia Lopo e Sara Almeida, da Escola do Sentir.
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