O Melanoma surge quando os melanócitos se tornam malignos. As células da pele renovam-se de forma regular e controlada, mantendo a estrutura e a função da pele. Por vezes, no processo de multiplicação e renovação das células, ocorrem erros e estas sofrem alterações e passam a ter características diferentes, tornando-se células cancerosas. Quando estas células apenas se reproduzem de forma localizada e não destroem as outras, estamos perante um caso clínico de lesão benigna. Mas, quando estas mutações são profundas, estas células tornam-se destrutivas para as restantes e multiplicam-se rapidamente, invadindo outros órgãos adjacentes (metastização), originando uma lesão de pele maligna.

Os subtipos clínicos de Melanoma são o melanoma de extensão superficial, nodular, acral lentiginoso, lentigo maligno. A tipologia mais frequente é o de extensão superficial, responsável por 70% dos casos clínicos.

O Melanoma está associado a determinados fatores de risco como histórico familiar, contínua exposição solar, queimaduras solares na pele, presença de sinais (nevos) comuns em quantidade ou de sinais atípicos, estados de imunossupressão, síndromas genéticas e portadores de mutações genéticas específicas.

Em Portugal surgem, anualmente, cerca de 1.500 novos casos de Melanoma. A probabilidade de desenvolver a doença aumenta com a idade, embora afete pacientes de todas as idades. O Melanoma pode surgir em qualquer zona da pele. Nos homens, encontra-se geralmente no tronco, cabeça e pescoço. Nas mulheres desenvolve-se maioritariamente na zona inferior das pernas.

A biópsia e a análise histológica da pele, isto é, a análise microscópica dos tecidos para a deteção de possíveis lesões existentes, com a finalidade de perceber a natureza, a gravidade, a extensão e a evolução, constituem metodologias de diagnóstico do Melanoma.

A hibridização “in situ” fluorescente (FISH – Fluorescence In Situ Hybridization) é o mais moderno método de Patologia Molecular realizado em cortes histológicos para detetar alterações genéticas (DNA) em associação com a morfologia das células, constituindo assim uma técnica importante no diagnóstico, prognóstico e orientação terapêutica.

O Melanoma é bastante temido pela sua agressividade e capacidade de metastização. A taxa de mortalidade no Melanoma maligno depende muito do estádio tumoral na altura do diagnóstico, pelo que o diagnóstico atempado é fundamental.

Um artigo de Germano de Sousa, Médico Especialista em Patologia Clínica.