O sistema nervoso recebe, armazena, gere e transmite todas as informações inatas ou adquiridas pelo indivíduo. O sono é, por isso, fundamental para repôr o equilíbrio e assegurar a sua saúde. Uma boa noite de descanso, como alertam numerosos especialistas em todo o mundo, permite restaurar as capacidades físicas e intelectuais do ser humano. Considera-se que o sono é suficiente quando produz um estado de alerta total e uma sensação de bem-estar no dia seguinte.
A grande maioria das pessoas parece necessitar de oito horas de sono. Toda a informação obtida durante o dia é processada enquanto dormimos. Dormir pouco causa perturbações na função cognitiva, afetando a aprendizagem, a capacidade de concentração, a perceção, a memória, o raciocínio e a imaginação. Mas a falta de um sono reparador também compromete os mecanismos de defesa do sistema imunitário, gerando muitas das vezes irritabilidade e ansiedade.
Há ainda estudos nacionais e internacionais que demonstram uma relação direta entre dormir pouco e o aumento de peso e o aumento do risco de enfarte e de um acidente vascular cerebral (AVC), além de uma maior predisposição para doenças psiquiátricas e neurodegenerativas.
A melatonina é uma hormona produzida no centro do cérebro, na glândula pineal, também denominada epífise, que tem um efeito fundamental ao nível do sono e do (necessário) descanso noturno.
A sua produção é estimulada, através do olho, pela ausência de luz. Desta forma, a glândula pineal começa a produzir melatonina ao entardecer, atingindo um pico entre as 23h00 e as 03h00. Após esse auge, os níveis de melatonina descem, preparando o organismo para acordar. Entre as 08h00 e as 09h00 da manhã, por norma, os níveis de melatonina encontram-se no seu valor mínimo e assim permanecerão durante toda a tarde, apesar da moleza que se manifesta após o almoço.
Quando nos expomos à luz muito cedo, como por vezes sucede, o processo de segregação da melatonina também é antecipado à noite. Por outro lado, se a exposição à luz começa apenas durante a tarde, provocará uma libertação mais tardia dessa substância, o que acaba por ter consequências orgânicas e fisiológicas. O nosso corpo obedece a esta espécie de relógio interno. Por isso, quando os ritmos naturais são alterados, o organismo sente-se, em muitos casos, confuso.
O trabalho por turnos, o stresse, ir para a cama depois das 23h00 e/ou o acordar depois das 11h00, consumir bebidas estimulantes como café e o chá, rico em teína, a par das viagens intercontinentais, podem provocar distúrbios de sono. Um dos mais comuns, as insónias, pode caracterizar-se pela dificuldade em adormecer ou pela dificuldade em manter o sono com despertares durante a noite ou no acordar cedo demais e estão quase sempre associadas a queixas de cansaço durante o dia.
Nestes casos, pode ser, muitas vezes, necessário reforçar os níveis de melatonina, através da ingestão de um suplemento alimentar. Após ingestão de um complemento nutricional com melatonina, a sua absorção é, geralmente, rápida e os níveis plasmáticos atingem o máximo ao fim de 30 a 60 minutos. Motivo pelo qual deve ser tomada ao deitar. Contudo, o efeito a nível de reposição de um sono de qualidade pode ser mais evidente apenas ao fim de alguns dias.
Os diferentes tempos que o organismo pode demorar a reagir
Consoante o grau de privação de sono a que a pessoa estava sujeita, a reação do organismo pode ser mais rápida ou menos imediata. O tempo de ingestão do suplemento é, à partida, suficiente para regularizar o sono e recuperar a sensação de bem-estar de manhã, asseguram muitos especialistas, nacionais e internacionais. Nalguns casos, este processo pode levar apenas algumas semanas mas, noutros, pode ser necessário tomar o suplemento durante alguns meses, advertem ainda.
Também é possível encontrar nos suplementos com melatonina uma associação à vitamina B3, uma vez que esta substância também está envolvida na produção de melatonina e de serotonina, neurotransmissores imprescindíveis para o sono e humor. Ao contrário dos medicamentos que induzem o sono, a melatonina numa dose de um miligrama, a dose diária máxima permitida nos suplementos alimentares, não cria habituação, um receio que muitos consumidores ainda têm.
Apesar desta dose de melatonina ser, por norma, melhor tolerada do que os medicamentos para dormir, não se aconselha que pare de tomar abrutamente um desses medicamentos, se for o caso, para começar a tomar um suplemento com melatonina, alertam muitos especialistas. Se anda a dormir mal, aconselhe-se com o seu médico antes de interromper qualquer tipo de medicação para o sono e aproveite para o questionar sobre os benefícios deste tipo de suplementos alimentares.
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