No decurso do Fórum Anual dos Vinhos de Portugal, encontro que decorreu no final de novembro na Curia, região Centro, foi apresentada uma caracterização do comportamento de consumo de vinho em Portugal. Segundo os dados apresentados pelo Instituto da Vinha e do Vinho, recolhidos até Setembro de 2017, no que concerne a vinhos tranquilos, a preferência do consumidor nacional recai sobre o vinho tinto, quer em volume (cerca de 1 milhão de hectolitros), quer em valor (vendas na ordem dos 305 milhões de euros).

No que diz respeito ao formato de acondicionamento, a preferência recai sobre a garrafa. Até Setembro deste ano foram vendidos e/ou consumidos em Portugal Continental cerca de 831 mil hectolitros em garrafa, a que correspondeu cerca de 351 milhões de euros. O preço médio da venda do vinho em garrafa situa-se, até Setembro de 2017, em cerca de quatro euros por litro.

a preferência do consumidor nacional recai sobre o vinho tinto, quer em volume (cerca de 1 milhão de hectolitros), quer em valor (vendas na ordem dos 305 milhões de euros).

No que diz respeito a regiões vitivinícolas e focando em vinhos certificados, os vinhos do Alentejo ocuparam a liderança de vendas ao longo dos três trimestres de 2017 em termos de volume (cerca de 301 mil hectolitros) e de valor (cerca de 133 milhões de euros). A região dos Vinhos Verdes ocupa a 2.ª posição, com cerca de 142 mil hectolitros vendidos e cerca de 59 milhões de euros em valor.

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Para o exterior, os Estados Unidos constituem um dos principais mercados importadores de vinhos portugueses, registando um crescimento composto anual de 9,2% em volume das importações de vinho português no período entre 2011 e 2016.

os vinhos do Alentejo ocuparam a liderança de vendas ao longo dos três trimestres de 2017 em termos de volume (cerca de 301 mil hectolitros) e de valor (cerca de 133 milhões de euros).

O top-10 dos principais mercados de destino dos vinhos portugueses inclui países como França, Reino Unido, Alemanha, Canadá, Bélgica, Países Baixos, Angola e Suíça. Estes mercados representam 63,5% das exportações totais em volume e 73% em valor.

Analisando os dados disponibilizados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) durante o Fórum Anual dos Vinhos de Portugal 2017, qdestaca-se a recuperação no ano que agora termina do desempenho dos mercados de Angola e do Brasil face ao ano transato. Angola registou em 2017 um crescimento de 102,2% em volume e de 99,4 em valor, enquanto o Brasil cresceu 55,2% em volume e 60,2% em valor no mesmo período.

Destaque ainda para o desempenho do Canadá, que se tem vindo a consolidar como um destino em afirmação para os vinhos portugueses, atingindo no período em análise um crescimento de 6,6% em volume e de 10,7% em valor.

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A procura dos vinhos portugueses por parte da China, está em linha com as alterações das tendências de consumo de vinho neste país asiático. Em 2016 a China representou 2,6% em volume e 2,5% em valor das exportações nacionais. Tanto o Canadá como a China apresentam perspetivas de crescimento animadoras para os vinhos portugueses em volume, valor, preço médio e consumo per capita.

No que se refere à evolução das exportações por categoria, merece destaque o desempenho do vinho licoroso Madeira em volume, com um crescimento de 39,3% face a 2016. No que diz respeito a valor, destaca-se a categoria dos espumantes, com um crescimento de 30,7%, acompanhado por um significativo aumento do preço médio.

As categorias de vinhos DOP (Denominação de Origem Protegida) e IGP (Indicação Geográfica Protegida) representam em conjunto cerca de 40% do vinho nacional exportado e cerca de 42% em valor.

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De acordo com Jorge Monteiro, presidente da ViniPortugal, “somos já reconhecidos com respeito como um ator importante do comércio tradicional, com uma qualidade sustentável e consistente, posicionado em 9.º lugar no ranking mundial, atrás da Nova Zelândia e estando à frente de países como África do Sul e Argentina”.

Ainda nas palavras de Jorge Monteiro, o caminho para o sucesso “passa por apostar mais em vinhos certificados, pela aposta no enoturismo como local de promoção das marcas e do próprio território e, acima de tudo, pela adoção de uma atitude mais profissional, com melhor comunicação, profissionalismo na negociação e um acompanhamento atento e cuidado dos profissionais do setor”.