Esta é a 13.ª edição da Festa das Cavacas, iniciativa que durante dois dias vai animar o centro histórico da vila beirã de Resende, mais concretamente o Largo da Feira. Contas feitas, mais de uma vintena de produtores vai abancar para dar mostra, prova e venda, do doce com origem incerta, embora já no século XIX merecendo referência na imprensa local.
Dizia-se na época sobre a presença das cavacas nas feiras e festas da região: “Logo de manhã as doceiras estendiam sobre a toalha, toda franjada de rendas, vários doces muito cobertos de açúcar que despertavam a gulodice dos romeiros” e apregoavam “Ò freguesinho, não vai meio ´arrátele´? Olhe que são de Resende”.
Neste século XXI, a 30 e 31 de março a festa não se faz em Resende apenas com cavacas. Durante os dois dias quem visitar o certame terá a oportunidade de apreciar os licores e vinhos da região, bem como artesanato. Para além da gastronomia e artesanato, grupos tradicionais do concelho animarão o espaço.
Tal como em anos anteriores, realiza-se o concurso “Melhores Cavacas da Festa das Cavacas”, que visa premiar os três produtores que se distinguirem com as melhores cavacas do certame.
Na Páscoa, este doce era oferecido como folar e no Natal, havia a tradição dos caseiros oferecerem cavacas aos patrões, colocadas em “condessas” (pequenas cestas), épocas do ano em que a procura aumentava e as doceiras “não tinham mãos a medir”, muitas vezes trabalhando dia e noite.
Hoje, as Cavacas encontram-se à venda durante todo o ano em quase todos os cafés, pastelarias e restaurantes do concelho.
Em casa, para produzir as Cavacas de Resende vai precisar de 280 g de farinha, sete gemas, 250 g de açúcar, oito ovos inteiros e manteiga para untar o tabuleiro. A calda que as cobre leva 200 ml de água, 500 ml de açúcar e um pouco de farinha.
Numa tigela vai misturar os ovos e as gemas. Junta-lhes o açúcar e bata vigorosamente até obter um preparado branco e a espumar. Junta nessa altura a farinha e volta a bater para unir tudo. Leva ao tabuleiro untado com a gordura e coze em forno médio (150ºC). A cobertura faz-se, como uma calda em ponto de espadana (ver aqui).
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