A notícia adivinhava-se, entre conjeturas e certezas quase absolutas, sobre qual seria o próximo capítulo da história de um dos mais emblemáticos vinhos de Portugal. A grande aposta recaía sobre o ano de 2011, um ano generoso para a região do Douro, marcado por uma das maiores declarações de Porto Vintage de sempre.

Premonições à parte, foi o tempo o verdadeiro responsável por confirmar a próxima colheita do Barca Velha, com a assinatura de Casa Ferreirinha.

Para o enólogo Luís Sottomayor, “2011 foi um ano extraordinário, dos melhores de sempre no Douro, intenso e de grande qualidade, pelo que da nossa parte foi só uma questão de paciência até podermos confirmar o potencial que a vindima deixou antever”.

O Barca Velha é desde 1952 símbolo dos vinhos do Douro. Clássico, intenso, complexo, elegante e rico, os adjetivos são muitos quando chega o momento para descrever as 19 colheitas até hoje anunciadas ao longo dos seus 67 anos de história.

Declarado apenas em anos verdadeiramente excecionais, Barca Velha é, desde a sua criação, elaborado com uvas selecionadas de diferentes altitudes no Douro Superior. A Quinta da Leda, com 160 hectares de vinha, dá hoje origem à maior parte dos vinhos que integram o lote composto pelas castas tradicionais da região.

Sobre a última edição do Barca Velha (respeitante à vindima de 2008), dizia na época, em 2016, Edgardo Pacheco, crítico de vinhos: “Há [no Barca Velha] frutos vermelhos e pretos, há especiarias, há madeiras exóticas, há chocolate negro, há tabacos, há... sabemos lá. E, depois, muitas destas coisas regressam na boca, que tem tanto de finura como de força. Bons taninos, belíssima acidez e equilíbrio alcoólico. E é esta mistura que dá algum carácter enigmático ao tinto”.

Desde a sua origem, apenas três enólogos estiveram envolvidos na produção deste vinho três enólogos: Fernando Nicolau de Almeida, José Maria Soares Franco e Luís Sottomayor.

Casa Ferreirinha Barca Velha 2011 será apresentado pela primeira vez em maio de 2020.