Pequeno-almoço ou almoço? Quando surge a dúvida a meio da manhã a resposta mais óbvia é o brunch. Um compromisso entre o breakfast (pequeno-almoço) e o lunch (almoço). Não tão ligeiro como pode ser a primeira refeição do dia, mas também sem os exageros a que é dada, por vezes, a refeição principal. O termo cunhado para a língua inglesa corria o século XIX traduz um hábito que continua a angariar seguidores neste século XXI.
Um destes adeptos do brunch é o italiano David Bez. Depois de nos ter apresentado há perto de um ano o livro “Saladas, Sempre”, este designer, autor do blogue de sucesso Salad pride, propõe-nos brunchs, todos eles seguindo regras elementares: são servidos em tigela, com dois frutos ou legumes, uma variedade de cereal, um elemento proteico (sim, estes pequenos-almoços não descartam a carne de vaca ou de frango, o peixe) e um líquido, como iogurte ou leite, puré de banana e limão, puré de abacate. No final, consoante o gosto, é aplicada uma cobertura, o que inclui ervas aromáticas, frutos secos ou pólen de abelha.
Não pense o leitor que estas regras limitam a qualidade e variedades de propostas. Em “Brunch Sempre” (Jacarandá), David Bez lista 150 receitas diferentes. Um livro que nasceu de um momento introspetivo do autor, como nos diz no prefácio da obra: “ao refletir nas refeições matinais que tomei ao longo da minha vida, apercebo-me de que, até aos 15 anos, elas eram constituídas por leite e bolachas e depois passaram a cappuccino e croissants”.
Nesta altura David repensou a sua refeição da manhã, tomada no local de trabalho. Depois de falar com nutricionistas, averiguar o que diferentes povos tomam ao pequeno-almoço e consultar obras de referência este diretor de arte concluiu que “a comida que ingerimos tem de ser tentadora e colorida, para agradar aos olhos e despertar a imaginação”. Estava encontrada a regra número um. A regra número dois baseia-se na procura de ingredientes não refinados ou o mais próximo possível do seu estado natural. Um grande “não” a alimentos processados industrialmente ou açúcares, o que inclui os iogurtes aromatizados.
Outro fator importante para David Bez é a rapidez. “Este não é um livro só de brunchs de domingo, longos e ricos. É um livro para a primeira refeição do dia, fácil e rápida de preparar em casa ou até na cozinha do seu local de trabalho”.
O resultado são brunchs doces e salgados pensados e testados ao pormenor. Por cada receita apresentada o autor rejeitou muitas variantes menos equilibradas. Propostas visualmente muito apelativas e que incluem entre outras: “Morangos, maçã, sementes de chia e papoila”, “Cerejas, banana, papas de trigo-sarraceno a amêndoas”, “Morangos, pera, flocos de aveia e pistácios, manga, framboesas, cereais e iogurte”, “Meloa, melancia, flocos de aveia e avelãs”, “Beringela, curgete, cevada e feta”, “Tomate, beringela, grão-de-bico e sementes de sésamo”.
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