“Tenho noção que todos vamos sentir esse peso da responsabilidade e agora é encarar isso como uma motivação. Tivemos essa sorte de termos uma segunda estrela tão rapidamente e agora é aceitar isso como um desafio também para continuarmos a fazer o que fizemos até agora”, comentou Sá Pessoa à Lusa, em Lisboa, após o anúncio da edição de 2019 do Guia Michelin Espanha e Portugal.
“Não temos de ter medo de continuar a fazer o nosso caminho e, acima de tudo, não devemos começar a pensar que temos de fazer diferente”, salientou.
Sá Pessoa, que há dois anos recebeu a primeira estrela ('cozinha de grande fineza, compensa parar') no Alma, que estava aberto há menos de um ano, afirmou que a atribuição da segunda estrela ('cozinha excecional, vale a pena o desvio') foi “uma surpresa total”.
“Trabalhámos para isso, obviamente, acho que evoluímos muito, mas também tínhamos a noção de que podia ser cedo”, disse, referindo que recentemente a equipa do Alma passou por “mudanças grandes”, com uma aposta na melhoria do serviço, da oferta de vinhos e da experiência do cliente na mesa.
O 'chef' sabe que, no último ano, recebeu “várias inspeções” do Guia Michelin e considera que “há sempre um fator sorte”.
Num restaurante cuja clientela é, na sua grande maioria, composta por estrangeiros, Sá Pessoa destaca que valoriza a cozinha portuguesa e aponta que “é cada vez mais importante dar um cunho próprio em termos de produto, tradição, gastronomia”.
Sá Pessoa não deixou de lamentar que o guia de 2019 apenas tenha atribuído a segunda estrela ao seu restaurante – as outras novidades são a primeira estrela para o Midori (Sintra), G Pousada (Bragança) e A Cozinha (Guimarães).
“É sempre triste quando não há esse reconhecimento, porque sei que todos trabalham no duro todos os anos para isso, mas infelizmente não é assim, e felizmente tive sorte este ano”, considerou.
Em particular, Sá Pessoa referiu que os chefes José Avillez (Belcanto), Hans Neuner (Ocean) e Ricardo Costa (The Yeatman), todos com duas estrelas, mereciam ter passado para a distinção máxima (três estrelas, 'uma cozinha única, justifica a viagem').
Já quanto aos espaços que atualmente têm uma estrela, citou os casos de João Rodrigues (Feitoria) ou de Alexandre Silva (Loco) como merecedores de terem subido de categoria.
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