“Os preços têm que ser mais próximos daquilo que o consumidor pode pagar, mas o consumidor também está disposto a pagar mais por produtos biológicos”, indicou Jaime Ferreira, em declarações à Lusa.

De acordo com o responsável da Associação Portuguesa de Agricultura Biológica (Agrobio), o preço destes produtos já foi mais alto no passado e pode ainda sofrer reduções consoante a época do ano.

“Alguns produtos biológicos, sobretudo na época própria, são mais baratos, não sei é se as pessoas se apercebem disso […]. Consumir de acordo com a estação do ano tem custos favoráveis em termos do ambiente, saúde e dinheiro no bolso”, apontou.

Para Jaime Ferreira o desafio passa também por aumentar a produção, que ainda é reduzida em Portugal, dando resposta às exigências do mercado interno e externo.

Porém, apesar de Portugal não conseguir competir com a concorrência em termos de quantidade, tem-se vindo a destacar ao nível da qualidade dos seus produtos biológicos.

“Os nossos produtos têm muita procura. O nosso esforço deverá ser sempre para produzir com a máxima qualidade e, com isso, nunca nos vai faltar mercado e um mercado de maior valor. Não nos podemos contentar com ser apenas biológico, temos que ser mais do que isso. Temos que apostar nos nossos produtos, na identidade dos produtos”, apontou.

Em novembro de 2018, o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural afirmou que Portugal importa 50% do que se consome em matéria de agricultura biológica, apesar dos 270 mil hectares que o país tem dedicados a este setor.

"Estamos a importar cerca de 50% de tudo aquilo que consumimos em matéria de agricultura biológica. É tempo de perceber que o mercado está ansioso de ter este tipo de produção e a indústria também percebeu que tem aqui um nicho", disse, na altura, Miguel Freitas à agência Lusa.

Criada há 34 anos, a Agrobio dedica-se, sobretudo, a apoiar os agricultores e a promover a agricultura biológica junto dos consumidores, tendo também uma vertente ligada à educação ambiental.

Esta organização não-governamental conta, atualmente, com cerca de oito mil associados, entre agricultores e consumidores.