“A ideia será os turistas e pessoas em geral experimentarem todo o processo de confeção de massa sovada, feita ainda de forma tradicional como era feita no tempo dos nossos avós […] em forno de lenha”, afirmou à agência Lusa o presidente da associação, João Pereira.
A iniciativa, denominada “Candelária a’mostra-se”, começa às 19:30 (mais uma hora em Lisboa), com concentração junto ao edifício da Junta de Freguesia da Candelária, na ilha de São Miguel.
Os interessados deverão inscrever-se previamente na junta de freguesia e pagar cinco euros, dinheiro que, além de dar acesso à formação, permitirá aos participantes levarem um bolo de massa sovada para casa.
João Pereira adiantou que a iniciativa vai decorrer numa casa particular, cedida pelo proprietário para este efeito, estando a orientação a cargo de pessoas habituadas a fazer este doce.
A massa sovada, com ligeiras diferenças entre as ilhas, é “presença obrigatória” nas festas do Espírito Santo.
No essencial, este típico pão doce açoriano é feito com farinha, ovos, manteiga, açúcar e leite, sendo tradicionalmente cozido em forno de lenha depois de a massa levedar. Antes de levedar, a massa é bem amassada, ou seja, sovada, daí o nome deste pão.
Comida como sobremesa ou acompanhamento da sopa do Espírito Santo, consoante a ilha açoriana, a massa sovada pode durar em bom estado uma semana depois de cozida.
Questionado sobre se a massa sovada da Candelária tem alguma particularidade em relação às restantes confecionadas nos Açores, João Pereira revelou que “provavelmente o segredo está nos ingredientes e na forma de amassar à mão”.
“Cada freguesia diz que a sua é sempre a melhor. Aqui há características que diferem um pouco das outras que é a confeção da massa, os ingredientes e, sobretudo, a forma de amassá-la”, considerou o presidente da Associação de Juventude da Candelária, acrescentando que os participantes da iniciativa terão oportunidade de aprender a cozer em forno de lenha.
João Pereira explicou que os bolos de massa sovada cozidos neste forno devem ser envoltos em folhas de inhame ou conteira, para que o calor não queime a massa.
“O que nós estamos a apostar neste momento é na própria vivência rural da freguesia, para que as pessoas possam ter algumas experiências diferentes”, adiantou o dirigente, acrescentando que, além de perpetuar tradições, esta iniciativa visa atrair mais visitantes.
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