Oficialmente, Tejo é o novo Ribatejo. É lei, desde 2009 dentro de um processo de divisões mais claras aos estrangeiros.

Para falar da região do Tejo, não podia deixar de falar nesta quinta que se estende pela margem sul do Tejo, a cerca de 2 km da Vila de Alpiarça e a 11 Km de Santarém.

Uma quinta repleta de história, a Quinta da Lagoalva, é comprada em 1834, por Henrique Teixeira de Sampaio, 1º conde da Póvoa. Em 1841-42 todos os bens passam para D. Maria Luisa Noronha de Sampaio, que casa em 1846 com D. Domingos António Maria Pedro de Souza e Holstein, 2º Duque de Palmela, revertendo a partir dessa época os bens para a Casa Palmela. Sucessivamente sempre em poder dos seus descendentes, as terras são hoje pertença da Sociedade Agrícola Quinta da Lagoalva de Cima SA.

A Quinta da Lagoalva tem uma longa tradição na Produção Agrícola, nomeadamente na cultura do milho, ervilha, cevada e luzerna, na Pecuária, com gado ovino e caprino, e ainda na produção florestal através do montado de sobro, eucaliptal e pinhal.

Tem ainda tradição como coudelaria que terá sido instalada na Quinta da Lagoalva de Cima pelo 2º Duque de Palmela, em 1848, e já foi, distinguida com o título de Campeão dos Campeões na 1ª Exposição do Cavalo Português, no ano de 1983 em Lisboa e na Feira Nacional de Agricultura de Santarém no ano de 1987.

A longa tradição da Quinta da Lagoalva como produtora de vinho é atestada em 1888, na Exibição Portuguesa de Indústria, onde esteve presente com 600 cascos de vinho.

As vinhas da Quinta da Lagoalva estão implantadas nos melhores terroirs do tejo e são constituídas pelas castas nacionais e mundiais com melhores aptidões enologicamente comprovadas tais como, nos brancos: Sauvignon Blanc, Alvarinho, Arinto, Fernão Pires, Verdelho, Chardonnay; e nos tintos: Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta-Roriz, Cabernet Sauvignon, Syrah, Tannat e Castelão.

Diogo Campilho, o enólogo, inspirou-se nas melhores vinhas australianas, por isso as vinhas da Lagoalva beneficiam de um moderno sistema de condução, tal como a adega, que conjuga uma vinificação eficaz com grande versatilidade de opções enológicas, baseadas no diálogo entre o modelo do "novo mundo" e opções tradicionais europeias.

Pode por isso afirmar-se que os vinhos da Quinta da Lagoalva de Cima são resultado da filosofia do produtor, das características marcantes de castas de vincada personalidade, resultante do seu microclima e terroir".

Os dois tintos e um branco que escolhi refletem tudo o que disse atrás: historia, experiência, inovação.

São apostas seguras!

Começo pelo QUINTA DA LAGOALVA DE CIMA Syrah e Touriga Nacional 2012, um vinho de aroma complexo a frutos pretos maduros, especiarias e baunilha, característica das barricas de carvalho Francês, onde estagiou 12 meses. Os taninos são elegantes e termina longo e persistente.

Acompanha na perfeição carnes elaboradas, pratos de forno e queijos curados.

No que ao branco diz respeito este QUINTA DA LAGOALVA DE CIMA Arinto e Chardonnay 2012 é um blend clássico por terras lusas, em que o Arinto fermenta em cubas de inox e o Chardonnay fermenta em barricas novas de carvalho Francês e Americano. Tudo isto resulta num aroma complexo a fruta branca, tem notas de pêra e alperce associadas à baunilha proveniente do estágio em madeira. Na boca é fresco e equilibrado.

Experimente-o com carnes grelhadas, peixes gordos como o salmão, marisco ou queijos de pasta mole.

Termino com o QUINTA DA LAGOALVA DE CIMA Grande Escolha Alfrocheiro 2009, uma casta bem portuguesa, foi já considerado um dos 50 melhores vinhos portugueses.

As uvas são provenientes de pequenos talhões, e é apenas feito em anos excepcionais. Este vinho apresenta-se complexo com notas tostadas da madeira onde estagia entre 10 a 12 meses. O aroma é elegante com notas de chocolate e tabaco, termina cremoso e muito longo com taninos elegantes.

Aqui pede-se uma companhia de peso: pratos de forno, carne de caça elaborada e queijos curados e fortes.

Faça uma imersão em toda a história da Quinta da Lagoalva, aproveitando o pack de prova que preparámos para si, começando nos vinhos, passando pelo azeite e terminando com o voucher a usufruir, onde sentirá toda a história e tradição desta quinta, esperando-o ainda outras surpresas. Espero que aproveitem!

José Faria
(Sommelier OUT OF THE BOTTLE)