No trânsito, no cinema, no trabalho, ou à mesa, todos conhecemos e praticamos (confessemos, com alguns deslizes) as regras de etiqueta social. Ceder prioridade, não incomodar, respeitar a vez, aguardar na fila. Sim, práticas assumidas e interiorizadas. Será, contudo, uma realidade transponível para a convivência nos corredores do supermercado, ou frente a um linear, ou mesmo na manipulação dos alimentos?

A resposta é tão simples como conferir os oito mandamentos apresentados abaixo. Lista verificada, sigam as cordatas compras.

1. “Não atravessarás”

“Elementar meu caro Watson”, preferiria o intemporal Sherlock Holmes face ao mandamento primeiro da cortesia em ambiente comercial. Quem nunca encontrou um carrinho de compras estacionado a meio do corredor? Para mais, transversal ao sentido de circulação. Elementar, o carrinho de compras estaciona paralelo aos lineares.

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2. “Não engarrafarás”

Ainda no que respeita ao tema “engarrafamento”, regra segunda: Os lineares estão pejados de referências. A aquisição de um pacote de ervilhas congeladas pode tornar-se esforço hercúleo, numa escolha épica entre diferentes qualidades da leguminosa, aplicações e método de congelamento. Enfim, vale aqui a regra frente ao terminal Multibanco. Sintetizemos em palavras: “Vou levar algum tempo, o senhor(a), sirva-se, eu escolho após”. Para bons entendedores meia palavra basta.

3. “Não ultrapassarás”

Conhece as regras de ultrapassagem nas estradas? Aqui, no supermercado, não arrasta uma tonelada de chassis, mas convenhamos, um carrinho bem abastado de compras já causa abalo. Ultrapassagens, sim, mas com moderação. Excessos de velocidade em modo descortês, não. Salvemos os calcanhares.

supermercado
créditos: Viktor Paris/Unsplash

4. “Não abandonarás”

Sim, os supermercados têm as suas secções organizadas logicamente e, como sabemos, não inteiramente destituídas de alguma “maldade”. Há que favorecer a aquisição, é para isso que as grandes superfícies existem; são negócios. E são grandes em dimensão.  Talvez por isso, não raro, encontramos a embalagem de margarina “arrumada” na secção dos brinquedos. Ou o saco de pão espreitando na fila de detergentes. Sim, é isso, enganou-se, reconsiderou e não quer levar o produto. Em extremo, ao invés de o largar em território alheio, entregue-o na caixa. Há bens perecíveis que não merecem o esquecimento.

5. “Não deixarás ´ao deus-dará`”

Todos adoramos aquela cena de filme de comédia em que o protagonista, por razões recônditas ou óbvias, empecilha na palete de latas de salsicha. Para os apreciadores do género terá a sua piada. No ambiente menos hilariante do supermercado do bairro, não ficará tão bem o tropeção nos bens expostos no linear, deixando-os “ao deus-dará”. Deixou cair? Apanhe, por favor.

6. “Não apalparás”

Há, nas superfícies comerciais, uma espécie singular que visita a secção dos frescos, os apalpadores. Entenda-se, aqui, os especialistas na palpação da fruta. Todos queremos a pera, a maçã, a manga ´madurinhas` quanto baste para uma sobremesa ou lanche a preceito. Contudo, há que usar de moderação. Não seremos os primeiros a apalpar, nem porventura os últimos. Por cada pressão lá se magoa a fruta e, feitas as contas, provavelmente acabará feia, no desperdício.

morango
créditos: Irene Kredenets/Unsplash

7. “Não desertarás”  

Revisitemos o género cinematográfico. Está o leitor a recriar mentalmente as cenas do típico filme apocalíptico? Vê a cidade despojada, destruída, lojas pilhadas, carros abandonados. Paremos, fiquemo-nos pelos carros largados. Não precisa de ir ao cinema. Encontra a cena num corredor próximo de si. Neste item, aconchegamos duas versões. Os exploradores. Deixam o carrinho em zona de circulação do corredor e empreendem aventura de minutos numa outra secção. Os desertores. Desistem das compras e ali fica o carrinho. Prescrição neste último caso: Devolva, por favor, a viatura à procedência.

8. “Não contaminarás”

Na linha já referida da apalpação, evite as contaminações cruzadas. Tão simples quanto reservar algum cuidado no manuseio dos bens alimentares não embalados ou evitar transportar a colher de recolha da quinoa para a da captura das avelãs ou nozes descascadas.

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