O Sauvage apresenta-se como um restaurante exótico e original onde o cliente é convidado a dar uma volta ao mundo sem sair do lugar e onde a imaginação não tem limites. Através da desconstrução de pratos de outras culturas, a equipa tenta proporcionar experiências gastronómicas oriundas de outros países que, complementadas com um toque pessoal, pretendem ser um elogio à diversidade e multiculturalidade. "Eu tento trazer novidade para o restaurante e depois lanço o desafio aos chefs. […] Não queremos que seja só asiático, só português. Queremos que o restaurante consiga ser uma tendência e em que se consiga comer em vários momentos", refere António Carrilho ao SAPO Lifestyle sobre este projeto que tem vindo a construir, desde 2018, com Rui Jácome que, atualmente, assume as funções de gestor financeiro.
Aqui habitam animais de diversas espécies, como é o caso da preguiça, do tucano e da ave do paraíso, que observam atentamente toda a experiência gastronómica. Mas que propostas se escondem na nova carta primaveril do Sauvage? Para entrada é possível escolher entre a Tartelette de Atum (11 €), a Cavala de Pele Tostada (12 €) ou a Vazia Maturada (14,5 €).
O Ravioli de Lavagante (23,50 €), o Arroz Cremoso de Camarão e Algas (15,50 €) e o Trenette Trufado (17,00 €) são os pratos principais recém-chegados, que se juntam a novas propostas preparadas com recurso a técnicas de confeção a baixa temperatura: o Cabrito (30,00 €) e o Polvo na Grelha (16,50 €). Entre as iguarias preparadas a pensar na primavera destacam-se duas alternativas vegetarianas, como é o caso da Beringela Assada (13,50 €) e da Couve-Flor e Avelã (9,00 €). Nas sobremesas poderá optar pela Pavlova de Frutos do Bosque (7,00 €) ou pelo Mil Folhas com Caramelo Salgado (6,00 €), sendo que na carta de bebidas destacam-se diversos cocktails, destacando-se o Rum Fizz (10 €) e o Whiskey sour de pipoca e caramelo salgado (10 €).
A nova carta primaveril conta com a assinatura do chef Rui Abreu, que veio para o lugar anteriormente ocupado pelo chef Ricardo Gonçalves, e cujo talento os dois sócios já tinham debaixo de olho. "Era um namoro que já existia há algum tempo", diz António Carrilho sobre esta união que foi uma das coisas boas da pandemia, uma vez que lhe permitiu reaproveitar para o Sauvage diversos recursos do setor da restauração que foram dispensados durante os confinamentos. "Consegui montar uma equipa mais sólida, com muito mais formação e com muito mais custos."
O processo de construção de uma nova carta é algo desafiante e que requer o envolvimento de todos os membros da equipa. Depois de cada um dar o seu contributo criativo sobre possíveis pratos a serem adicionados ao menu, chegamos às fases seguintes: testagem, ficha técnica e receita. "Tentamos, juntos, construir várias ideias, aquilo que são as tendências, aquilo que é uma comida de conforto. Tem sido um desafio tentar construir uma carta que consiga constantemente trazer pessoas e que não seja uma experiência que só venhamos uma vez", afirma o sócio sobre o espaço localizado no Campo Pequeno que, para além da sala principal, conta ainda com uma sala privada que está preparada para receber até oito pessoas.
As sebes e vegetação fazem parte do encanto da esplanada que é onde, por norma, se realizam as refeições de grupos mais numerosos. O espaço está equipado com aquecedores de forma a tornar-se mais acolhedor nos dias em que as temperaturas não forem tão convidativas. Uma curiosidade é o facto de o restaurante estar localizado num prédio onde, maioritariamente, vivem estudantes de Erasmus e com quem os clientes e donos dividem a zona exterior.
Recorde-se que o Sauvage – que quer dizer selvagem em francês - começou a dar cartas como uma espécie de bistrô, adotando o charme dos pequenos restaurantes franceses conhecidos por confecionarem pratos de conforto. "Gostávamos que a marca fosse uma coisa mais na parte da cozinha francesa, com algumas origens", relembrou sobre o conceito inicial deste espaço que, com o passar dos anos, foi sendo alvo de adaptações e concessões, como foi o fim do prato do dia. Aliás, para os fãs daquele que é considerado o restaurante mais selvagem da capital, não é novidade que o menu e decoração do espaço não sejam estáticos, algo que se sentiu especialmente com o fim do primeiro confinamento.
"Estivemos aqui fechados muitas horas à espera que os tablets tocassem, que acontecesse um pedido e com isso tivemos um crescimento muito bom. Conseguimos alavancar a empresa outra vez e pensamos 'Quando reabrirmos ao público vamos mostrar que não estivemos parados'", salienta, explicando que, para isso, foi feito um grande investimento tanto na parte do mobiliário como em termos de imagem do espaço e fardamento do staff. "Começámos pelo interior e fomos até ao menu para tentar elevar a fasquia do Sauvage."
Beca Beca e Goma, os novos projetos
Mesmo com uma pandemia pelo meio, o negócio tem prosperado: em 2020 foram premiados com o prémio ‘1 Garfo Superior’ pela organização do concurso gastronómico Lisboa à Prova e atualmente têm dois novos projetos de restauração na calha. Um deles é o quiosque Beca Beca, descrito como "a revelação dos quiosques de Lisboa" e que, após obras, deverá reabrir ao público em maio. O outro é o Goma, um projeto direcionado para o público infantil dentro do Parque Eduardo VII e cuja oferta recai sobre croissants, gelados, crepes e waffles. Ambos os espaços vão contar com o envolvimento do chef Ricardo Gonçalves cujo talento na cozinha contribuiu para o sucesso do Sauvage que, a cada dia que passa, está em constante atualização.
"Todos os dias estamos a evoluir. Se não o fizermos tenho receio que fiquemos para trás e eu quero continuar à frente. Não somos um grande grupo. Não teremos um restaurante como muitos grandes nomes, mas quero estar ali por baixo, neste posicionamento. Quero continuar a trabalhar com esta dedicação porque foi isso nos permitiu chegar onde chegamos", salienta António Carrilho que não esconde a possibilidade da abertura de um novo Sauvage em Lisboa.
Dê uma vista de olhos nas propostas da nova carta gastronómica do restaurante.
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