Tem um ar misterioso, de lugar secreto, propício para reuniões entre amigos, onde se convive e se vivem novas experiências gastronómicas ao som dos ritmos soul e funk dos anos 1970. É que, na verdade, a vertente musical é parte substancial do Black Trumpet, que não pretende ser apenas mais um restaurante da moda. O espaço lisboeta é também palco de experimentação para músicos e artistas de todo o mundo que visitam Lisboa e que apreciam uma jam session. Na ambição, existe a vontade de trazer os melhores trompetistas de Portugal e da Europa para tocarem neste espaço intimista.
Depois, ainda existe a equipa criativa do espaço que concebe, todos os meses, diferentes eventos e que exploram géneros musicais como swing, jazz, bossa nova e ritmos latinos, do mambo cubano à rumba e ao chachachá. Igor Spiroski (a.k.a. Spiro) é outro dos pilares da identidade musical do Black Trumpet, um connoisseur de vinis que atravessam diferentes tempos e espaços com uma coleção que chega aos milhares. Duke Bojadziev (a.k.a. Duke B), um pianista macedónio com uma carreira internacional, é outra presença assídua no restaurante.
E é sob este ambiente musical, e entre os tons terrenos e orgânicos do espaço, que se vagueia no Black Trumpet pelo mundo dos cogumelos.
Aqui, tudo parte deste mundo, incluindo a decoração. Vemos características do bioma dos cogumelos nas superfícies e texturas em madeira e tons areia, terra e musgo do espaço. Estes apontamentos ajudam a criar um cenário intimista e acolhedor e são complementados por peças feitas à medida, como o sofá em pele, que se alonga de uma ponta à outra da sala, ou as mesas e cadeiras de contornos elegantes. A decoração ainda inclui uma série de objetos vintage.
As janelas altas permitem que o espaço se diferencie entre o dia e a noite. Se durante o dia, a luz natural entra com suavidade, à noite, o ambiente torna-se acolhedor, intimista e vanguardista.
No espaço onde o cogumelo é o rei, há opções também para quem não aprecia ou não pode comer este fungo. Assim, todos são bem-vindos a este restaurante temático onde até cocktails incorporam cogumelos.
"Muitos cogumelos não vêm para a mesa e são a base de caldos, de pastas e de molhos", explica-nos o chef Pedro Henrique Lima, um dos responsáveis pela criação do menu que exige muita criatividade dado que a oferta de cogumelos varia de estação em estação, sendo o outono a "época mais rica".
Em conjunto com os chefs , Carolina Pires Ramos (Head Chef) e Rafael Sousa (Sous Chef), Pedro colaborou com diferentes especialistas locais para criar a ementa que se foca na qualidade dos ingredientes e no elevado nível de técnica, seguindo sempre uma lógica de respeito pelos ciclos da natureza.
Quem visita o restaurante nesta altura, pode viajar pelo mundo dos cogumelos à boleia da carta de inverno que tem pratos como:
Para quem não aprecia cogumelos, existe a Salada de beringela com coração de alface, tâmaras, citrinos e avelãs e do Entrecôte feito no carvão com alho tosta.
Entre os cocktails de autor, criados por Maurício leal, encontram-se Lionsmane Martini (vodka, caramelo salgado caseiro, espresso de cogumelo juba de leão, ninho de caramelo e pó de juba de leão) ao Black Trumpet Mezcalita (não vegetariano) (infusão de mezcal com trompeta negra, tequila, lima, curaçao seco, tinta de choco, solução salina e sal) e o favorito da casa: o Coriander Sour (sake, chartreuse verde, cordial de coentros, solução salina e óleo de coentros).
Para além de responsável pela carta de cocktails e seleção de vinhos, Maurício também tem vindo a explorar as várias possibilidades de uma carta de café, juntamente com o barista Sebastian e Perry ‘The Mushroom Fairy’, fundador do 7Flower – uma empresa que desenvolve produtos à base de cogumelos e se foca em extratos que reforçam naturalmente o foco e tranquilizam o espírito, personificando o compromisso de Perry ao bem-estar holístico. O processo engloba a criação de bebidas adaptogénicas (cafés e lattes) para todos os que querem mergulhar no universo de cogumelos adaptogénicos e medicinais.
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