Situado no Jardim das Amoreiras, o Procópio - que em grego significa “o que progride” - foi o primeiro de um conjunto de bares vintage, dos quais fazem parte os bares Paródia, Foxtrot e Pavilhão Chinês, criado por Luís Pinto Coelho e o único com a então sua mulher e até hoje proprietária, Alice Pinto Coelho.
De bar de whisky quando inaugurou em 1972, abrindo espaço para as vodkas, e a seguir gins, o Procópio é atualmente um bar de cocktails, tendo, inclusive, contratado o campeão português mundial de bar de 1991, pela IBA, como chefe de bar. O profissional reformulou o menu do Procópio e redesenhou a carta de long drinks e cocktails, agora com uma seleção de 43, sem perder de vista o estilo clássico que caracteriza o bar desde a sua abertura.
Ao longo das suas cinco décadas, o Procópio ficou conhecido por “bar da moda”, mas também por “bar da revolução”. A proximidade à Assembleia da República ajudou na presença assídua de políticos de vários quadrantes. O Procópio era também refúgio para escritores e artistas vários. José Cardoso Pires, que ali tinha lugar reservado e cuja caneta desenhou a paisagem de toda a noite lisboeta, imortalizou-o no “Livro de Bordo”: “um chafariz à porta de um bar é cá uma saudação que enternece o maior malvado”. Hoje em dia, junto ao chafariz, a sua pequena esplanada faz as delícias de fins de tarde e noites amenas.
Local de tertúlias, apresentações políticas, conferências, eventos empresariais, produções de moda, filmagens para publicidade, séries e longas-metragens, o Procópio é ainda hoje local de encontros entre escritores, filósofos, artistas, jornalistas, diplomatas, publicitários e políticos.
A conservação da traça e alma de origem do Procópio foi, inclusive, enaltecida pela Câmara Municipal de Lisboa, que galardoou o espaço com a distinção de “Loja com História de Lisboa” em 2019.
Comentários