É no final do século XIX e associado às marinhas da região costeira da Beira Litoral, que foram encontradas as primeiras referências ao bovino Marinhão. Sendo um animal de trabalho, pelas suas caraterísticas únicas, de docilidade, fácil maneio e grande adaptabilidade, começaram a ser utilizados pelos agricultores em trabalhos agrícolas como nas sachas, na abertura de regos e nas semeaduras, mas também nos transportes e na rega com recurso à nora. Tornam-se assim indispensáveis nas fainas agrícolas de tão retalhada região, predominantemente de minifúndio. A sua carne, como refere o chef Duarte Eira, nota as pastagens verdes e os semeados em que habitualmente estão e é “um manancial de qualidade, com aproveitamento dos mais variados cortes que permite pratos elaborados e complexos”.
Desta forma, o Salpoente continua a sua parceria com a Associações de Produtores de Raça Marinhoa e a equipa de cozinha vai trabalhar as várias partes do animal de forma a criar pratos novos e interpretações de alguns dos mais tradicionais momentos do Salpoente. A parceria vínica é com a Casa de Saima, produtor bairradino de Sangalhos.
O jantar “Estórias, Marinhoa e Tradições” conta, como habitualmente, snacks de boas vindas, quatro momentos principais e sobremesa. As entradas e petiscos de boas vindas serão acompanhados com Casa de Saima Rosé.
O primeiro momento é um Tártaro de marinhoa, tutano, gema de codorniz, mostarda e espuma de tomate. Para gastrónomos experientes, este prato será harmonizado com o Casa de Saima Branco Vinhas Velhas. Já o segundo momento, um desafio da equipa do chef Duarte Eira, é uma sanduíche de língua de vaca, alho negro e ervilhas. Este prato é acompanhado com o bairradino Casa de Saima Tinto Reserva, um lote de Baga com Touriga Nacional, fresco e sedoso na boca.
O Casa de Saima Tinto Vinhas Velhas acompanhará um dos momentos clássicos, pois o Naco de marinhoa corado, com salada de batata, cebolinho, pimento assado, picle cebolinha é um dos pratos que se mantém na carta há alguns anos, com alguns twists pelo meio.
Para finalizar a sequência de carne Marinhoa e vinhos bairradinos, haverá uma ligação muito especial: o Chambão de marinhoa cozinhado lentamente, com puré de grão assado, cenourinhas, pak shoi será harmonizado com um grande Baga, o Casa de Saima Tinto Grande Reserva.
Se em todos os pratos, a proteína animal está presente, na sobremesa não podia faltar. O Pudim Abade de Priscos, conjugado com frutos vermelhos será a sobremesa escolhida, sendo harmonizado, como é tradição na região da Bairrada, com espumante, Casa de Saima Espumante Branco feito com a casta Baga.
O repasto custará 75 euros e os lugares são limitados.
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