“Ser gordo não é bonito. É uma desculpa” foi a frase que esteve no centro da polémica e que gerou uma onda de críticas nas redes sociais mas ao que parece tudo não passou de um grande erro e mal-entendido entre as partes envolvidas.

Tal como referiu o site Insider, a polémica camisola - intitulada “Paloma Sweatshirt” – fazia parte de uma coleção cápsula criada em parceria com cinco celebridades e que tinha como objetivo criar uma maior consciencialização em torno do tema do fat-shaming, um fenómeno conhecido por discriminar e fazer troça das pessoas com excesso de peso.

“O produto lançado no nosso site fazia parte de uma colaboração que tinha como objetivo abordar o lado mais negro da Internet ao imprimir [nas camisolas] comentários reais e diminuidores que tinham sido deixados nos feeds das redes sociais de diversas mulheres”, referiu a Revolve num comunicado publicado na sua página oficial de Instagram.

De acordo com o site Fashionista, o primeiro modelo, que chegou a estar disponível para compra no site da Revolve, tinha sido criado juntamente com a modelo plus size Paloma Elsesser, seguindo-se a atriz Lena Dunham e as modelos Emily Ratajkowski, Cara Delevingne e Suki Waterhouse.

Apesar de ter admitido “total responsabilidade” pela polémica provocada pelo lançamento antecipado e sem contexto da coleção, o e-commerce fez que questão de esclarecer que a sua intenção nunca foi promover ou glorificar este tipo de comportamento, muito pelo contrário.

“Apesar de ser difícil ver na imagem que se tornou viral, todas as camisolas tinham um pequeno texto debaixo da frase ofensiva “como foi dito à Paloma”, “como foi dito à Lena”, e como foi dito às outras três celebridades”, referiu a marca sobre este ter sido um detalhe que parece ter sido ignorado por muitos dos fãs que teceram críticas à camisola.

Perante a polémica, Lena Dunham utilizou as redes sociais para expressar publicamente o seu descontentamento para com a Revolve e o fim de uma parceria “cujos lucros iam reverter a favor de instituições de caridade que ajudam no empoderamento de jovens mulheres através da escrita e da arte”.

Também Lara Pia Arrobio diretora criativa da LPA – marca que desenhou a coleção cápsula - se desfez em desculpas não só pela frase “chocante” como também pelo facto de a modelo escolhida para a campanha ser demasiado magra e isso ter enfurecido muitos fãs. “Estávamos a planear lançar uma imagem da Lena com a camisola, juntamente com o nosso comunicado e explicação”, referiu sobre a sua intenção, alegando “uma grande falta de comunicação” entre a sua marca e a Revolve durante este processo que culminou com o cancelamento da coleção.

Recorde-se que esta não é a primeira marca a ver-se envolvida em maus lençóis por causa dos seus produtos. Em 2016 a Zara, que pertence ao grupo Inditex, foi acusada de plágio, enquanto a Dolce&Gabbana decidiu batizar umas sandálias tipo gladiador como Slave Sandal (sandálias de escravo). Ainda este ano a H&M divulgou no seu site oficial a fotografia de uma criança de raça negra com uma sweatshirt que dizia "coolest monkey in the jungle" ( "o macaco mais cool da selva").