Brilho, cor, vitalidade, suavidade... São muitas as características que o nosso cabelo pode perder com uma sobreexposição ao sol. O dano é irreparável porque a fibra capilar não desfruta da mesma capacidade de auto-regeneração que a pele tem. A única coisa que podemos fazer é paliar os sintomas através de tratamentos reparadores. A prevenção é, por isso, essencial para mantermos o nosso cabelo em ótimas condições.
Os fotoprotectores capilares contêm filtros que neutralizam a radiação ultravioleta, principal destruidora das ceramidas e dos pigmentos. Para além disso, envolvem a fibra em polímeros que repelem a água, reforçando a função impermeabilizante da camada hidrolipídica. A tudo isto, acrescentam-se os seus ativos hidratantes e nutritivos. De um modo geral, aplicam-se da mesma forma que a fotoproteção para a pele.
A aplicação deve ser feita antes da exposição solar (cerca de 20 minutos) e de duas em duas horas. Como protegem o cabelo da água, estão preparados para enfrentar os seus mergulhos, mas não se esqueça de fazer uma nova aplicação depois de tomar banho, para que a sua proteção se mantenha ao máximo nível. As fórmulas em forma de óleo são recomendadas para cabelos danificados e secos pelo seu elevado poder nutritivo e suavizante.
Este tipo de produtos conferem ao cabelo maior elasticidade e brilho. Os cremes também contêm uma boa dose de ativos nutritivos e hidratantes, apesar de serem menos gordurosos. Por outro lado, os geles conferem um brilho de aspeto molhado. As suas fórmulas são perfeitas para criar estilos húmidos e, por não conterem gordura, são indicados para todos os tipos de cabelo. As brumas depositam um véu invisível e leve, que não altera a aparência nem o toque natural.
Adeus resíduos
As brumas, outra das formas disponíveis, depositam um véu invisível e leve, que não altera a aparência nem o toque natural do cabelo. O sal, o cloro e a areia acumulam-se no cabelo e no couro cabeludo, juntamente com os resíduos de suor e de fotoprotetores, prolongando a sua ação agressora. Na maioria das vezes, um simples duche não chega e o nosso cabelo implora por algo mais.
Por isso, é conveniente lavá-lo a fundo com um champô suave e de pH neutro. As marcas de cosmética criaram champôs específicos para esta situação. Em que é que se diferenciam dos outros? As suas fórmulas, elaboradas sobre bases de lavagem ultra suaves, incluem elementos hidratantes e reparadores para contrariar tanto os efeitos do sol como os da cal da água, tão habitual nas zonas costeiras.
Para além disso, têm um efeito calmante e refrescante que alivia a irritação do couro cabeludo. Contêm também filtros UV, o que acaba por reforçar a capacidade protetora. Alguns têm tensioativos que formam espuma em contacto com a água do mar e outros são formulados para limparem, também, a pele do corpo.
O champô solar usa-se como qualquer outro. Molhe o cabelo e aplique o produto na zona da raiz. Para potenciar os efeitos deste produto, massaje suavemente o couro cabeludo durante um minuto e espalhe a espuma pelo cabelo, penteando-o com os dedos. Termine, depois, enxaguando durante um minuto para que a água se livre de qualquer resíduo.
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Os maiores riscos do sol
A secura é um deles. Os raios UV, juntamente com o oxigénio, oxidam os lípidos da película hidrolipídica que cobre o fio de cabelo e a água, o sal e o vento desidratam-na. Em resultado disso, o cabelo fica menos brilhante e sedoso. Outro dos riscos prende-se com a porosidade e a aspereza. Com a camada hidrolipídica alterada, o cabelo deixa de ser impermeável e as agressões atingem a cutícula (parte externa do fio de cabelo), cujas escamas (células de queratina) se quebram e soltam.
Os lípidos que as mantêm unidas também são destruídos, motivo pelo qual estas escamas acabam por levantar e despegar. O cabelo torna-se poroso, áspero e difícil de manejar. A perda de brilho e fragilidade é outra das consequências. Sem a cutícula, o córtex fica indefeso, as agressões desgastam-no e destroem as suas proteínas, provocando a fragilidade e a quebra das pontas. Para além disso, a água, o cloro e os raios UV desgastam os pigmentos aí alojados, fazendo com que a cor se altere e fique baça.
Texto: Madalena Alçada Baptista
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