A cavitação é um fenómeno que consiste na formação de zonas de vapor no interior de um líquido, que depois implodem e produzem um ruído característico. Tal acontece devido à redução local da pressão para valores inferiores à tensão do próprio líquido, que sofre uma mudança de fase, para gás, formando cavidades que contêm vapor.

A dinâmica do processo é muito semelhante à da ebulição. A principal diferença entre cavitação e ebulição é que na ebulição, devido ao aumento da temperatura, a tensão de vapor sobe até ultrapassar a pressão do líquido, criando assim uma bolha mecanicamente estável, porque está cheia de vapor à mesma pressão do líquido circundante.

Na cavitação, ao contrário, é a súbita descida da pressão do líquido, enquanto a temperatura e a pressão de vapor ficam constantes. Por este motivo, a “bolha” da cavitação só resiste enquanto está na zona de baixa pressão hidrostática.

Assim que volta para a zona do fluido em repouso, a pressão de vapor não é suficiente para se opor à pressão hidrostática e a bolha de cavitação implode imediatamente.

Este fenómeno pode ocorrer por baixo das hélices dos barcos, nas bombas, no sistema vascular das plantas e, com frequência, nas células adiposas do corpo humano.

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Aplicação na estética
A cavitação foi proposta como uma possível explicação para o estalar das articulações humanas (dedos, pulsos, etc.). Ela tem aplicação prática nos sistemas de lavagem por ultra-sons para jóias, partes de relógios e outros pequenos objectos. Neste caso, a implosão das bolhas actua limpando as superfícies.

No interior dos tecidos biológicos do corpo humano o fenómeno, que produz a ruptura das ligações fracas intermoleculares, leva à formação de radicais livres; em qualquer dos casos, a cavitação é empregue, no campo médico, com frequências de ondas sonoras compreendidas entre 1 e 16 MHz, pelo efeito térmico que conseguem produzir.

Desde 2002 que a cavitação, com frequências diferentes, é também aplicada na medicina estética – utilizando equipamentos apropriados – e parece ser útil para eliminar ou reduzir adiposidades nomeadamente em técnicas de lipoescultura não cirúrgica como a técnica “intralipoclásica” não invasiva.

Quando o ultra-som atravessa um líquido, os ciclos de expansão exercem uma pressão negativa no líquido, afastando as moléculas umas das outras. Se o ultra-som for suficientemente intenso, o ciclo de expansão pode gerar cavidades no líquido.

Tal sucede quando a pressão negativa ultrapassa a resistência à tracção (o esforço máximo que um material pode suportar de uma carga de alongamento sem se desagregar) do líquido, que varia consoante o tipo e a sua pureza.

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A cavitação
Normalmente, a cavitação é um processo nucleato, isto é, apresenta-se nos pontos fracos existentes no líquido, tal como as fissuras cheias com gás na matéria pulverizada suspensa, ou em microbolhas anteriores à cavitação.

A maior parte dos líquidos estão suficientemente contaminados por pequenas partículas, que a cavitação pode rapidamente gerar a pressões negativas moderadas.
Uma vez formadas, as pequenas bolhas gasosas expostas aos ultra-sons absorvem a energia mecânica e as que coincidem com as ondas elásticas (como acontece nos baloiços) expandem-se.

O desenvolvimento da cavidade depende da intensidade do som. Com alta intensidade, uma pequena cavidade pode desenvolver-se rapidamente por efeito da inércia: se a expansão da cavidade for suficientemente rápida a meio da fase de expansão de cada ciclo, não terá tempo para se voltar a comprimir a meio da fase de compressão do ciclo acústico.

Em termos de frequência uma oscilação entre 35 KHz e 40 KHz ao longo de um segundo aplicada na parte a “cavitar” começa a oscilar de forma tão rápida para os nossos sentidos que se sentirá uma sensação de calor superficial.

Isto resulta em que a parte gorda do corpo sobre a qual é aplicada a frequência para a velocidade de oscilação, os adipócitos, começam a sobreaquecer, inicialmente a dilatar-se, mas após alguns minutos começam a implodir deixando enormes espaços vazios e deixando líquido intersticial fora da membrana celular. No final da sessão, é visível a diminuição da parte tratada.

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Efeitos após a sessão
Depois de cada sessão verifica-se o problema da eliminação dos líquidos intersticiais que devem ser drenados através de uma actividade motora ou de aplicações com aparelhos mecânicos que promovam a drenagem, tais como a pressoterapia, endermoterapia, ou plataformas ondulatórias.

No entanto, a melhor solução seria uma actividade aeróbica tal como a corrida ou a natação combinadas com sessões de Drenagem Linfática Manual. Após as sessões de cavitação, se não se fizer um protocolo de drenagem poderemos verificar que uma parte dos líquidos intersticiais se voltaram a depositar exactamente onde foi aplicada a técnica.

Resultados
- Melhoria do contorno corporal (glúteos)
- Redução da gordura localizada ao nível da cintura
- Melhoria substancial da circulação ao nível dos membros inferiores

Contra-indicações da cavitação
- Grávidas e em período de aleitamento
- Crianças ou adolescentes
- Em órgãos como os ovários, o coração e vísceras
- Tumores
- Doenças infectocontagiosas
- Inflamação das veias (tromboflebite)
- Alergia a materiais (cerâmica)
- Pessoas com pacemaker, cardiopatias, hipertensão
- Portadores de próteses metálicas, acústicas, eléctricas
- Problemas venosos e arteriais
- Dermatites, cicatrizes recentes ou pele lesada
- Febre
- Grandes veias (carótida)

Agradecimentos: Egídio Tullio, perito em electrónica e informática, autor do livro “Atlântida, onde Nasce o Coração do Homem”
Tradução: Câmara de Comércio Italiana
Fotografia: ©Jacek Chabraszewski - Fotolia.com