O que define o volume de um som?
É importante que se entenda como medimos a intensidade de um som. O volume é medido em decibéis (dB), uma escala logarítmica que quantifica a pressão sonora. Como exemplo, refira-se que um diálogo comum ocorre em torno de 60 dB, enquanto sons acima de 120 dB podem causar dor e danos auditivos no ser humano. Na natureza, alguns fenómenos podem ultrapassar estes limites. Mesmo que produzidos por pequenas criaturas.
Camarão-pistola, um campeão do barulho
No reino animal, um dos sons com mais estrépito é produzido por uma criatura surpreendentemente pequena: o camarão-pistola (Alpheidae). Com apenas alguns centímetros de comprimento, este crustáceo é capaz de gerar sons a alcançarem os 210 decibéis com as suas tenazes — um som mais alto do que um concerto de rock ou um avião a descolar. O som resulta do fecho da tenaz tão rapidamente que cria uma onda de choque e um ruído extremamente alto. A presa fica atordoada e, com isso, passível de ser atacada. Por uma fração de segundo o local alcança a temperatura de 4700 ºC.
Baleias azuis e a comunicação de longa distância
No reino animal, o título de som mais poderoso no que toca a distância percorrida cabe às baleias-azuis (Balaenoptera musculus). O canto deste enorme mamífero pode atingir os 188 decibéis e viajar por milhares de quilómetros através dos oceanos. Este canto “move-se” nas baixas frequências o que lhe permite percorrer vastas distâncias, ligando estes gigantes dos mares em diferentes regiões do globo. A baleia-azul recorre ao canto para navegação, socialização e acasalamento.
Krakatoa e o som da devastação
No que toca a fenómenos naturais, poucos eventos sonoros foram tão impactantes quanto a erupção do vulcão Krakatoa, na Indonésia, em 1883. Este evento catastrófico gerou o som mais alto já registado na história moderna, estimado em 310 decibéis. Um ruído de tal forma poderoso que foi escutado a mais de 4.800 quilómetros de distância, nas ilhas do Oceano Índico e também na África Oriental.
Os efeitos sonoros do Krakatoa foram devastadores: o barulho foi o suficiente para romper os tímpanos de indivíduos a centenas de quilómetros de distância, enquanto as ondas de choque atmosféricas deram a volta ao globo três vezes.
Raio, o senhor todo-poderoso dos céus
Outro competidor com direito a pódio no mundo do estrépito é o trovão gerado por um raio. Numa explicação sucinta, quando um raio produzido por uma nuvem cumulonimbus corta a atmosfera, este aquece o ambiente em torno com temperaturas superiores a 30.000 ºC. Daqui resulta uma onda de choque traduzida no trovão. Os trovões com o som mais alto podem atingir os 120 decibéis a uma distância de poucos metros.
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