A carboxiterapia é um procedimento não cirúrgico, onde se infiltra Dióxido de Carbono (CO2) no tecido subcutâneo (por baixo da pele) com pequenas agulhas muito finas (30G- 0,3 mm de diâmetro).
Este procedimento é realizado por um médico ou por orientação médica e tem a sua principal indicação em todas as formas de hipodermíase, com redução da microcirculação superficial das arteríolas, assim como em algumas formas de celulite e em todos os processos de envelhecimento cutâneo.
Do ponto da infiltração, o Dióxido de Carbono (CO2) difunde facilmente nos tecidos adjacentes. Esta técnica actua de duas maneiras complementares: o dióxido de carbono "mata" as células gordas mecanicamente e, depois, provoca uma importante vasodilatação (dilatação dos vasos sanguíneos) nos capilares locais.
Os vasos dilatados significam um maior e mais importante aumento do fluxo sanguíneo nessa área, o que leva a um aumento de oxigénio. Por sua vez, o aumento de oxigénio é importante porque elimina o líquido produzido no intervalo das células. O resultado final é menos células gordas e um tecido subcutâneo mais firme.
É uma técnica não dolorosa, ainda que alguns clientes possam sentir uma pequena impressão no local da infiltração que desaparece em segundos. Como resultado do aumento de circulação local pode sentir-se um pouco quente durante 10 a 20 minutos à volta do local da infiltração.
São necessárias entre 10 a 15 sessões para eliminar a celulite. Cada sessão dura 10 a 15 minutos. Dependendo da extensão da celulite é feito um programa que pode ser de 1 ou 2 sessões por semana. Não há qualquer tipo de restrições para qualquer actividade. O cliente pode retomar de imediato a sua vida normal logo que saia da clínica.
Em geral, começam-se a ver resultados após a 5º sessão. Por volta da 8ª a 10ª sessão nota-se a pele mais firme. Antes de terminar o programa deverá observar-se uma pele mais firme e sem celulite. A durabilidade do resultado depende de cada um.
A diferença em relação a outros gases está no facto de não se produzirem embolias azotadas que podem ocorrer, por exemplo, com a oxigeno-ozonoterapia. O Dióxido de Carbono é produzido naturalmente pelas células do nosso organismo permanentemente durante a vida. É um produto resultante do metabolismo, transportado pelo sangue e eliminado pela expiração respiratória.
Se nesta fase o cliente começar a ver o retorno de alguma celulite, deverá fazer três a cinco sessões para melhorar e manter o resultado de pele mais firme e sem celulite. Este cuidado, se necessário, pode ser repetido, recomendando-se que se faça uma manutenção 2 vezes por ano.
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Administrado por via subcutânea, o CO2 difunde-se imediatamente a nível microcirculatório, tanto cutâneo como muscular. Grande parte do gás é eliminado por via pulmonar (expiração), enquanto uma pequena parte é transformada em ácido carbónico, nos tecidos, e eliminada por via renal.
Durante alguns anos, foi proposta a infiltração subcutânea de gás, para a terapêutica da doença celulítica, com o propósito de reduzir o panículo adiposo. Depois do primeiro entusiasmo, observou-se que a redução do tecido adiposo, frequentemente evidente, era uma consequência secundária da ruptura das membranas e da estimulação provocada pela tensão inflamatória e oxidante sobre os tecidos.
Verificou-se ainda que o fenómeno da ruptura de ligações duplas ocorria também a nível das estruturas de apoio, de forma que, juntamente com uma redução na circunferência dos membros, surgia um constante colapso das estruturas tissulares, muitas vezes de recuperação impossível.
Depois, surgiu a carboxiterapia que, por um lado, actua com um mecanismo fisiológico com raríssimas complicações e, por outro, não revela manifestações de alterações celulares nem de complicações extremamente graves para os doentes, como as que levaram praticamente ao fim do uso da oxigeno-ozonoterapia para o cuidado da patologia celulítica (em Itália é proibida pelo Ministério da Saúde para esta utilização).
No entanto, a ozonoterapia permanece insubstituível para o tratamento tópico de úlceras, infecções cutâneas, esterilização do cólon e da vagina, graças ao seu poder lesivo sobre as membranas, como as das bactérias, fungos e vírus.
Em 1934, Fisch, um odontologista de Zurique, foi o primeiro a efectuar tratamentos com uma mistura de oxigénio-ozono em doentes afectados por paradentose e granulomas apicais. Em 1938, o Dr. Aubourg, de Paris, refere sucessos obtidos, injectando ozono em fístulas ou insuflando-o na vagina, útero, bexiga e seios paranasais. Na realidade, conhece-se bem o efeito devastador do ozono sobre as membranas dos tecidos e, portanto, sobre bactérias e vírus.
Nos anos 70, o Dr. Mattassi, de Cirurgia Vascular dirigida pelo Prof. Tattoni, realizou uma experiência discreta com ozonoterapia para tratamento externo de úlceras (indicação primária) e indicações intra-arteriais, obtendo, muitas vezes, resultados pela resposta imunitária específica à tensão oxidante sobre os glóbulos vermelhos. Nos anos seguintes, a ozonoterapia foi desacreditada para tratamento da celulite, pois provocava danos irreparáveis nos tecidos e, infelizmente, alguns casos de extrema gravidade.
Texto: Dr. Ângelo Rebelo, especialista em Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética; Dr. Peir António Bacci, cirurgia estética
Fotografia: Clarins
Agradecimentos: Clínica Milénio
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