A sua característica distintiva consiste em alternar frio e calor intensos, através de ondas resfrescantes e ondas de radiofrequência. Quando o ThermaCool de Accent é aplicado sobre a superfície da pele (epiderme), ela é resfriada, ao mesmo tempo que uma energia de radiofrequência chega à camada intermédia (derme), onde tem uma ação sobre a formação de fibras de colágeno, que faz a pele retrair e ganhar firmeza.

Este tratamento, muito procurado em muitos países e já disponível em Portugal há vários anos, está indicado, sobretudo, para eliminar as marcas da passagem do tempo e reduzir os sinais de envelhecimento cutâneo. Existem ainda muitos outros equipamentos que utilizam a radiofrequência, mas aliada a diferentes tipos de tecnologia, tais como a massagem por vácuo ou os infravermelhos, como é o caso do Thermo C, por exemplo.

A técnica passo a passo

Não é necessária nenhuma preparação prévia para realizar o tratamento, unicamente limpar bem a pele ou desmaquilhá-la, o que se faz imediatamente antes de começar a sessão. Depois, com a ajuda de um marcador especial, é delimitada a zona da pele a tratar, sobre a qual se fazem várias passagens com as sondas (unipolar e/ou bipolar), de forma a atingir determinadas temperaturas a nível da pele, que são rigorosamente monitorizadas com um termómtero próprio.

«O sucesso do tratamento depende, em grande parte, das temperaturas que se conseguem atingir nos vários níveis da pele», explica a dermatologista Manuela Cochito. As sondas estão em permanente movimento, para que o calor se difunda de forma homogénea nos tecidos. De acordo com a dermatologista. «tudo isto requer uma técnica e experiência apuradas, das quais dependem os resultados obtidos».

O que vai sentir

A aplicação desta técnica, na maioria dos casos, é pouco incómoda. De acordo com Manuel Cochito, com o equipamento Accent, outra das alternativas disponíveis no mercado, «a sensação durante as sessões é de ligeiro calor, que é sempre controlado pelo técnico e pelo doente, não sendo preciso qualquer tipo de anestesia para este tipo de aparelho». A ligeira sensação de ardor acaba por desaparecer ao fim de algum tempo.

O dia seguinte

De acordo com Manuela Cochito, «o aspeto da pele logo após os tratamento é, habitualmente, ligeiramente rosado, havendo, no rosto, por vezes, um muito ligeiro edema». Esta ligeira vermelhidão desaparece em poucas horas e não impede a paciente de prosseguir com as suas atividades habituais, nem obriga a adoptar nenhum tipo de precaução especial pós-tratamento. É preciso apenas evitar a exposição solar durante os dias seguintes, sobretudo se tiver surgido a tal vermelhidão.

Algumas das suas aplicações:

- Para a acne

A radiofrequência também atua sobre as glândulas sebáceas, regulando o seu funcionamento (produção de gordura), ao mesmo tempo que ajuda a esbater as marcas deixadas na pele, graças à distensão produzida na pele.

- Para a flacidez do rosto

O sulco nasogeniano (entre o nariz e a boca) é uma das zonas que mais acusa a passagem do tempo, bem como as oscilações de peso. Ao reparar o colagénio e a elastina, esta zona fica mais esticada e sobe, conseguindo, depois de duas a três sessões, o efeito de aparentar menos 5 ou 10 anos.

- Para o contorno dos olhos

Reduz o excesso de pele do contorno dos olhos, melhorando visivelmente os papos, quer sob os olhos quer na pálpebra móvel, devido a uma retracção da pele.

- Para a celulite

O poder de penetração da onda de radiofrequência é tal que alcança a gordura e o tecido adiposo. Isto, aliado ao facto de o aquecimento também produzir a rotura dos tecidos (fundamental no tratamento da celulite), converte esta técnica numa das melhores opções para combater a pele casca de laranja. Para além disso, permite uma redução do volume, ao eliminar os depósitos localizados de gordura.

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A candidata ideal a este tipo de tratamento

Se a pele do seu rosto ou pescoço apresenta uma ligeira flacidez, mas ainda não precisa de submeter-se a um lifting cirúrgico, pode recorrer a esta técnica. Este tratamento também pode ser aplicado se algumas zonas do seu corpo, como a face interna dos braços e coxas, já perderam toninicidade. Se o seu contorno de olhos apresenta marcas de cansaço mas ainda não se justifica fazer uma bleferoplastia.

As pessoas que não devem recorrer a este procedimento

Esta técnica não é a melhor opção se o seu problema é o excesso de peso ou o seu principal objetivo é reduzir volume. Também não deve ser a primeira opção quando o problema é a tendência para acumular gordura em determinadas zonas do corpo. A sua mais-valia, nestas circunstâncias, é a de complemento a outros tratamentos, uma vez que a contração do tecido conseguida com a radiofrequência contribui para melhorar a firmeza e elasticidade pele nessas zonas.

Se o que procura é uma mudança drástica para eliminar totalmente as rugas e marcas da passagem do tempo, este também está de longe de ser o método que os especialistas mais recomendam para o seu caso.

As três vantagens desta técnica:

1. Respeita a epiderme, sem danificar a sua camada externa. É um tratamento não invasivo que não requer incisões nem internamento hospitalar. Pode-se realizar em qualquer época do ano.

2. Adequa-se a todo o tipo de peles, ainda que algumas acusem mais o calor do que outras. Podem-se submeter a este procedimento pacientes de qualquer idade (ainda que esteja recomendada a partir dos 30 anos).

3. Não necessita de período de convalescência. Trata-se de uma técnica totalmente segura, que conta com a aprovação da FDA (autoridade norte-americana em matéria de produtos e substâncias médicas).

Veja na página seguinte: As mudanças que notará

As mudanças que notará: 

- De imediato

Há um efeito lifting imediato (pele mais esticada e contorno mais definido), devido à retração de colagénio, mas que ainda não é o definitivo. «A nível das coxas e abdómen, é habitual constatar-se, no fim da sessão, uma diminuição de alguns centímetros», refere Manuela Cochito.

- A curto prazo

É a partir da segunda ou terceira sessão que se começa a notar-se uma tensão progressiva na pele, em resultado das mudanças importantes na produção de novo colagénio: as células da derme (fibroblastos) demoram cerca de 30 dias a começar a produzir colagénio.

- A longo prazo

Entre os dois e os quatro meses posteriores ao procedimento, as novas fibras de colagénio formadas substituem as já envelhecidas. Notam-se, por isso, menos rugas e menos flacidez. Este efeito mantém-se aproximadamente durante 18 meses.

Texto: Fernanda Soares