Nos dias que correm, o casamento deixou de ser um projeto para a vida. A pressão e a agitação de um quotidiano em que os dois elementos do casal trabalham fora de casa, num contexto em que as exigências laborais são muitas, acaba por gerar rotinas e situações de ansiedade, nervosismo e stresse que acabam por os afastar. Para contrariar a situação, Luiz Hanns, especialista em terapia de casal, propõe um plano a implementar o quanto antes.
Estas são algumas das estratégias que os casais em crise devem seguir:
- Conceda ao seu parceiro entre um a três meses de generosidade
Tendo as pessoas características diferentes, não se deve exigir uma contabilidade de empenhos igualitária logo de início. Tratado com tato e carinho, é provável que, após um ou mais meses, o outro cônjuge acabe por responder de forma positiva. Aguente um tempo sem cobrar reciprocidade.
- Tenha expetativas reais
É importante saber lidar com diferenças e ter em conta a personalidade do companheiro. Nem tudo pode mudar e algumas coisas mudarão apenas parcialmente, o que pode ser suficiente.
- Aprenda a gerir divergências
Implica saber colocar condições novas de modo negociado e criar um novo pacto de uma forma não destrutiva, sem ofender ou generalizar.
- Invista nos pontes fortas da relação
Existem sempre aspetos positivos que encorajam o resgate e é importante valorizá-los, não olhando apenas para aquilo que não está bem.
O plano de três fases que vos vai ajudar a recuperar a relação
Quando ambos se comprometem a lutar pela relação, há vários passos que, segundo Luiz Hanns, especialista em terapia de casal, podem ser dados em conjunto. Abaixo encontra um ponto de partida de estratégias desenvolvidas ao longo dos capítulos do livro "A Equação do Casamento", publicado pela editora Paralela.
Fase 1:
- Ajustem as expetativas
Conversem "sobre o quanto cada um está disposto a empenhar-se para salvar o casamento", recomenda Luiz Hanns. Envolve o recurso a uma ferramenta que é o diálogo em conexão com os pensamentos e emoções do parceiro.
- Identifiquem as áreas críticas
Discutam "quais são as mudanças que cada um gostaria de ver no parceiro e quais os aspetos que estão dispostos a mudar em si mesmos", descrevendo-os de forma específica. A equação do casamento, abordada no livro, permite identificar as áreas positivas e negativas.
- Esteja disposto a mudar
Está disposto a mudar? Se não, deve rever rapidamente esse comportamento. "Faz parte da construção da agenda de trabalho pensar que mudanças pessoais teria de fazer para atingir as suas metas", sublinha o especialista.
Fase 2:
- Suavizem a atmosfera
Contorne as situações de confronto e foque-se em atividades que vos permitam envolverem-se, interessarem-se, serem prestáveis, apoiarem, vibrarem em conjunto, criarem empatia com o outro.
- Comecem pelos pequenos problemas
Quando o ambiente estiver mais tranquilo, segundo o especialista, "poderão avançar com calma, fazer acordos e pactos na área das pequenas divergências", mais fáceis de negociar.
- Informe o seu parceiro
Diga especificamente em que é que se está a esforçar por melhorar. "Use a comunicação positiva para fazer com que o parceiro perceba as mudanças positivas em si", recomenda Luiz Hanns.
Fase 3:
- Enfrentem os grandes problemas
"É de esperar que se proponham testar soluções. Cabe a si ser mais generosa nessa fase e aceitar experimentar por algum tempo as propostas do outro", adverte o especialista em terapia de casal. "Depois poderá avaliar com ele se funcionou e, eventualmente, incorporar propostas adicionais", acrescenta ainda Luiz Hanns.
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