O erro mais comum de um divórcio é não fazer o luto. «À semelhança da morte de uma pessoa querida, o divórcio exige um processo de despedida que, frequentemente, é desvalorizado. Só quando o luto for feito é que se aceitam as perdas, é que se cria oportunidade para novos investimentos na vida, a começar pela descoberta do si próprio. Um divórcio pode ser uma excelente possibilidade de restabelecer o equilíbrio do eu próprio», refere Alexandra Leonardo, psicóloga clínica de terapia familiar.
3 passos a seguir para não sofrer (ainda mais)
1. Dê-se tempo e espaço para elaborar o seu luto. «Aceite os sentimentos de tristeza e dor como necessários ao trabalho de cura. Dito de outra forma, aceite que há feridas que precisam de ser pensadas para que possam sarar melhor», sugere a especialista.
2. Deixe-se cuidar, rodeando-se daqueles que lhe querem bem e que a ajudem com questões de ordem prática. «Se tiver de mudar de casa, por exemplo, prefi ra fazê-lo para perto de familiares ou amigos que possam representar um importante suporte, desde que isso não implique perda de qualidade de vida, como despender mais tempo para se deslocar de casa para o trabalho», afirma Alexandra Leonardo.
«E esse tempo ser-lhe-á necessário para realizar novas obrigações que antes partilhava com outra pessoa», esclarece ainda. «Se lhe faltar tempo e ânimo, a disposição para fazer refeições saudáveis, ter boas noites de sono ou para investir nas relações com os outros, tudo isto irá ficar em falência», adverte a especialista.
3. Invista no autoconhecimento recorrendo, por exemplo, à psicoterapia, caso experimente o sentimento de se estar a deixar deprimir, perdendo os prazeres do dia-a-dia e a capacidade de se espantar com a vida. «As psicoterapias permitem-lhe entender o seu mundo interior e também os seus comportamentos, ao mesmo tempo que são uma oportunidade de iniciar uma relação. Uma relação que se pretende autêntica e que renova a pessoa de esperança e de auto-estima, de forma a recuperar o sentido da vida», diz Ana Leonardo.
Texto: Ana Cunha Almeida com Alexandra Leonardo (psicóloga clínica de terapia familiar)
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