Freud defendeu, no século XX, a existência de dois tipos de orgasmo feminino. Um imaturo fixado no autoerotismo e nas sensações clitorianas e outro, adulto, desenvolvido e de sensações vaginais. Daí surgir o mito da existência de dois tipos de orgasmo, o clitoriano e o vaginal. «Na verdade, só há um, que se pode apresentar com frequência e intensidade diferentes», esclarece Nuno Monteiro Pereira, médico urologista.
«O clítoris é sempre o ator principal do orgasmo, já que a excitação sexual da mulher é despertada nesse órgão, sendo a resposta simultaneamente cerebral e neuromuscular genital», diz. No cérebro, gera-se o prazer. Na região genital, dão-se contrações reflexas, rítmicas e involuntárias. «Essa libertação súbita da tensão muscular envia ondas de prazer para a área genital e, por vezes, para todo o corpo.
A maior parte dos estudos que quantificam a satisfação sexual indica que para a maioria das mulheres, os aspetos não genitais do encontro sexual (intimidade, proximidade, ternura e sensualidade) são fatores mais determinantes do orgasmo», acrescenta ainda o especialista. Vários estudos internacionais garantem que entre 15% a 30% das mulheres nunca experiencia um clímax total.
«Uma relação sexual pode ser gratificante para a mulher sem haver orgasmo, o que é quase incompreensível para os homens, em que o orgasmo é um componente quase sempre presente e considerado obrigatório», sublinha, contudo, Nuno Monteiro Pereira. «Essa exigência masculina é o motivo que leva muitas mulheres a fingirem atingir o orgasmo», diz ainda o médico urologista.
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