Se é mulher, já alguma vez se apercebeu de que há alturas do mês em que tem mais desejo sexual do que noutras? E, se é homem, já notou isso na sua companheira? Pois tal não é mera constatação.

É uma realidade bem enraizada na natureza. Tudo terá a ver com os instintos de reprodução da espécie. Se nos animais existem alturas em que macho e fêmea se juntam para acasalar, porque não haveria o mesmo mecanismo de ocorrer também nos seres humanos? Apesar de racionais, somos animais. As provas aí estão.

Cientistas do Instituto Nacional Americano de Ciências da Saúde Ambiental descobriram que as mulheres são levadas insconscientemente a ter mais relações sexuais durante o período fértil.

E o aumento do número de relações não é insignificante: o número de relações nesses dias é 24 por cento maior do que no resto do ciclo menstrual da mulher.

O estudo concentrou-se em mulheres que fizeram uma cirurgia de esterilização ou usavam o dispositivo intra-uterino (DIU) como método anticoncepcional.

Segundo Allen Wilcox, chefe da equipa que realizou a pesquisa, nessas mulheres, a frequência de relações aumentava durante os seis dias mais férteis do ciclo e no pico da ovulação, mesmo sabendo claramente que não queriam engravidar.

«Isto sugere que os casais que se aventuram em relações sem protecção estão a brincar com a sorte», disse. O cientista lembra ainda que uma boa parte das mulheres não sabem qual é o seu período fértil.

A pesquisa, realizada nos Estados Unidos e publicada na revista “Human Reproduction”, sugere que as mulheres fazem sexo 0,29 vezes por dia.

Mas, nos seis dias mais férteis do ciclo, essa média aumenta para 0,34. Segundo Wilcox, há três explicações para isso: um aumento do desejo sexual durante a ovulação, um aumento da poder de sedução ou uma ovulação que acelera as relações sexuais.

Já se sabia, através de outras pesquisas, que em muitas espécies de mamíferos as relações sexuais são frequentemente coordenadas com a ovulação, mas ainda não se tinha provado que o mesmo ocorria também nos seres humanos.

«É incrível como as forças biológicas que dão forma a esse aspecto tão íntimo do comportamento humano ainda não são profundamente conhecidas», disse o cientista. «Para os casais que querem ter um bebé, estes mecanismos biológicos são um parceiro silencioso que ajudam a optimizar a duração da relação.

Mas aqueles que não querem uma gravidez precisam de saber que a natureza está a agir subtilmente contra eles», conclui.

Assim, uma única relação sexual sem protecção tem mais hipóteses de resultar em gravidez do que se pensava até ao momento, pois a mulher tem mais desejo sexual precisamente quando se encontra no seu período fértil. Feitas as contas, as probabilidades aumentam. Agora, faça as suas...

Fonte: BBC