
Na RTP, as noites de quarta-feira foram (pelo menos até ontem) 'ocupadas' com cada episódio da série 'Ruído', de Bruno Nogueira, que estreou no início de maio. O projeto junta Albano Jerónimo, Bruno Nogueira, Gabriela Barros e Rita Cabaço nos papéis principais, e conta com as participações especiais de Gonçalo Waddington, José Raposo e Miguel Guilherme.
A escrita desta série, de referir também, é assinada por Bruno Nogueira, Carlos Vilhena, Frederico Pombares e Luís Araújo.
"Num tempo distópico, onde foi aprovada uma lei que proíbe o riso, vive-se um ambiente de medo e desconfiança. Foi retirada a liberdade para expressar qualquer tipo de alegria em público. Como forma de resistência, um grupo de atores e argumentistas decide criar um movimento clandestino para que as pessoas possam rir em segredo. O resto é ruído", pode ler-se na sinopse disponibilizada na página da RTP e que descreve a série.
Ao longo dos oito episódios (tendo sido transmitido o último ontem) deste projeto, levaram-nos ao que poderia ser a clandestinidade do humor - que várias vezes é igualmente censurado no 'silêncio' da 'falsa' liberdade de expressão de muitos.
Uma série muito atual e precisa, sobretudo agora, que os limites do humor estão mais uma vez na boca de muitos (apesar de este não ser um tema recente). O sketch 'Limites do Humor' fecha estes oito episódios de 'Ruído', tendo ido para o ar na última quarta-feira, dia 25 de junho. E não podia ter 'acabado' da melhor maneira, abordando o tema de uma forma clara (e sem falta de humor).
Para este sketch juntaram vários nomes da comédia em Portugal (com os seus diferentes estilos neste mundo do riso): Salvador Martinha, Gilmário Vemba, Nuno Markl, o próprio Bruno Nogueira, Carlos Vilhena, Luana do Bem, Eduardo Madeira, Diogo Faro (que é tratado como um não humorista), Joana Marques, 'Bumba na Fofinha', Luís Franco-Bastos, António Raminhos, Pedro Teixeira da Mota e César Mourão e Fernando Rocha (que foram mencionados). Também foi incluído o brasileiro Gregório Duvivier.
Uma cena em que são destacados todos os supostos limites que ouvimos muitas vezes serem proferidos, dando uma visão (ficcionada e cheia de humor) de como seria um mundo com essas condicionantes. Em paralelo, vemos os comediantes nos papéis de 'alvos' das suas próprias piadas e estilo humorístico, destacando-se o espírito crítico.
Não vivemos num mundo onde o humor tem limites impostos, só, talvez, pela boca da sociedade, mas este tema tem sido muito discutido ao longo dos anos - e sobretudo agora, que está em julgamento o caso Anjos vs Joana Marques. Por isso, este sketch de 'Ruído' é tão preciso.
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O caso mediático Anjos vs Joana Marques que está em julgamento
Os cantores da dupla Anjos (os irmãos Sérgio e Nelson Rosado) levaram Joana Marques a tribunal depois de a humorista ter publicado no Instagram um vídeo que mostrava partes da atuação dos artistas antes de uma prova do MotoGP, em Portimão. Nas imagens, Nelson e Sérgio Rosado cantavam o hino nacional e o vídeo publicado pela comediante continha partes de reações do júri do programa 'Ídolos' em jeito de sátira.
Os cantores avançaram com este caso para a Justiça, justificando que Joana Marques foi a responsável por vários concertos cancelados e parcerias com marcas que não se concretizaram, acrescentando também que continuam a receber mensagens de ódio.
Os Anjos, de referir ainda, estão a exigir uma indemnização de cerca de um milhão euros.
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