Ter um filho é uma decisão séria e quase sempre ponderada. Ter o segundo também o é mas, quando se passa ao próximo nível, o de família numerosa, muitas coisas têm de ser pensadas de antemão.

 

Se é certo que mais filhos representam mais despesa, também o é que estas não aumentam na mesma proporção.

 

A Associação Portuguesa das Famílias Numerosas (APFN) realizou um estudo que mostra que a chegada de mais um filho implica um aumento mínimo per capita de 20% em habitação, 80% em gás e eletricidade, 100% em água e vestuário, e os produtos de higiene e saúde chegam até aos 180%, nas crianças até três anos.

 

Uma das principais preocupações dos pais é a dimensão da habitação. Noel Asseiceiro, pai de cinco rapazes, refere que uma casa com três quartos aguenta bem até ao quarto filho, «pois o beliche é uma solução engraçada e os miúdos adoram. Mesmo na eventualidade de ter apenas dois quartos também já há beliches de três andares».

 

Escola


A seguir à habitação, o maior problema será o das creches ou infantários, escolha de ama ou familiares, que não podem estar muito distantes da casa e local de trabalho.

Transportes


É outra questão a pensar seriamente a partir do quarto filho, porque o carro de cinco lugares deixa de ser suficiente para todos. Comprar um automóvel de sete é uma solução, mas nem sempre acessível a todas as carteiras.

Alimentação e vestuário


De acordo com este pai experiente, ter o terceiro filho é quase idêntico ao segundo, altera pouco as despesas e no vestuário é onde se poupa mais. Cadeiras de automóvel e outros acessórios idênticos vão passando de filho para filho.

Organização

 

Para Ana Cid Gonçalves, da APFN, a partir da terceira criança, as saídas de casa com o pai, ou a mãe,
tornam-se mais complicadas pois já não há uma mão para cada um. Quando adormecem no carro, também já não há um colo para cada um e, numa noite de saída a dois, torna-se mais difícil deixar as crianças apenas numa avó, sendo necessário distribuí-los por vários familiares.

 

Texto: Helena C. Peralta com Ana Cid Gonçalves (secretária-geral da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas)