As crianças gostam de agradar aos outros e de fazer novos amigos, mas quando crescem um pouco mais e tornam-se adolescentes isso torna-se quase uma obsessão. Tendo em conta os diferentes tipos de personalidade, pode-se dizer que os tímidos fazem tudo para se integrar no grupo, mas preferem passar algo despercebidos, enquanto os mais efusivos não se importam de ser reconhecidos – e seguidos.
Num extenso artigo do suplemento infantil do El Mundo, questiona-se quais são afinal os critérios para ser popular. E parece que também neste campo o sexo faz a diferença. Assim, se as raparigas “tendem a promover sua beleza física, vestindo roupa da moda, tentando ser sociáveis e atrair rapazes, estes valorizam, acima de tudo, a boa forma física e as habilidades sociais e, e gostam de exibir as mais modernas tecnologias”, por exemplo um bom smartphone.
“A popularidade pode dever-se a vários fatores, nomeadamente ao prestígio (granjeado por mérito académico ou habilidade desportivas), caraterísticas emocionais que facilitem as relações no grupo (por exemplo companheirismo, simpatia e bom caráter) e facilidade em representar o ideal do grupo”, defende-se no estudo “Relações Sociais na Escola: o Problema do Abandono Escolar”, de Estefanía López, Belén Ferrer e Teresa Jimenéz Gutiérrez. As autoras afirmam ainda que “os adolescentes populares mostrar maior competência social e habilidades cognitivas, comportamentos menos agressivos e perturbadores e menos sentimentos de solidão”.
Ter muitos amigos é um bom sinal. A questão, abordada neste artigo, é se os adolescentes granjeiam esta admiração de forma justa ou sobretudo à conta de fatores alheios: “O problema surge quando essa popularidade assenta em fatores externos, nomeadamente pela forma como se vestem ou pelos dispositivos tecnológicos que possuem”.
Esta ansia de popularidade, segundo os especialistas, serve para colmatar a insegurança própria de uma idade difícil, em que muitas mudanças físicas e emocionais ocorrem ao mesmo tempo. Mas atenção: nada de querer ser popular à força se isso fizer o adolescente passar por cima dos seus princípio e velhos amigos.
Veja alguns conselhos que o El Mundo recolheu para dar aos pais desses jovens:
Conselhos para dar aos adolescentes
- Reforço da autoestima
Os pais têm de explicar aos filhos que serão sempre especiais e únicos para eles. “Devemos reforçar a sua autoestima e ajudá-los a valorizarem-se pelo que são – em matéria de valores e habilidades”. É preciso dizer-lhes que “a adolescência é um palco e que estamos cá em baixo a apoiá-los, sejam eles populares ou não”. É importante também reforçar que há certas características neles que valorizamos mais do que a popularidade.
- Manter amizades saudáveis – e sinceras
Quando um adolescente é popular, costuma andar rodeado por amigos que o procuram para também serem populares ou para se destacarem socialmente de alguma forma. No entanto, “ele pode sentir-se sozinho porque, em alguns momentos, vai perceber que essa amizade é transitória”. Os pais devem ajudar os adolescentes a promover amizades saudáveis. “Temos de tentar que os nossos filhos encontrem amigos que os estimem pela sua personalidade e caráter e não pela roupa que usam ou pelo smartphone que têm”.
- Não rejeitar amigos de toda longa data
Tentar ser popular a todo custo pode levar o adolescente a rejeitar amigos que não ligam a esse “status”. “Os pais têm de perguntar aos filhos por que razão se afastaram de amizades duradouras e tentar refletir sobre a atitude deles”.
- Desvalorizar a popularidade
Ao conversar com os adolescentes sobre este assunto, eles começam a compreender que o importante não é ser popular, ou acumular amigos, mas sentir que essas amizades são fortes e saudáveis. “No futuro, eles agradecerão aos pais essa lição”.
Comentários