No contexto atual, mais do que nunca, é fundamental zelar, não só pela nossa saúde, como pela dos que nos rodeiam. Mais do que uma decisão particular, a vacinação é uma responsabilidade social. E nunca, como no contexto em que vivemos, este conceito fez tanto sentido.

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Acabámos de assistir, em Portugal, a mais um surto de Sarampo. Vale a pena reforçar a importância das vacinas e o seu papel fundamental na promoção da Saúde Pública. A imunização é um dos maiores avanços nesta área e a grande responsável pelo controlo, erradicação ou quase eliminação de doenças infeciosas preveníveis através da vacinação.

Vítimas do seu próprio sucesso, e da (falsa) perceção de que determinadas doenças estão erradicadas, as vacinas tendem a ser desvalorizadas, sobretudo em faixas etárias como a adolescência ou a idade adulta, onde a imunização acaba mesmo por ser descurada.

Acreditamos nas boas práticas de prevenção, sendo a vacinação a mais eficaz de todas.

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A vacinação não deve ser exclusiva das crianças pequenas. Deve ser uma preocupação dos adolescentes e dos adultos, um compromisso que devemos introduzir nas nossas vidas, independentemente da faixa etária a que pertencemos.

E se no caso dos adultos, há uma maior perceção do risco – pelo menos, a partir de determinada idade – no que toca à adolescência, temos a falsa sensação de imortalidade.

Não podíamos, enquanto sociedade, estar mais errados. Está provado que a colonização na adolescência é maior e que nesta faixa etária o impacto da imunidade de grupo da vacinação primária começa a escassear. Os hábitos de vida na adolescência são, também, potenciadores, de cenários de contágio, pelo que é fundamental que, também nestas idades, vacinemos os nossos filhos.

Seja porque estão fragilizados, seja porque são potenciais portadores, temos o dever e a responsabilidade de os levar a vacinar. Por eles e pelo futuro. Consciência, responsabilidade e civismo incutem-se em qualquer idade.

Um texto de Isabel Saraiva, Fundadora do Movimento Doentes pela Vacinação, vice-presidente da Respira e presidente da Fundação Europeia do Pulmão.