Longe vão os tempos em que as crianças podiam brincar com tudo o que lhes aparecia à frente. Nas últimas décadas, vários incidentes com brinquedos levaram os fabricantes a investir muito na credibilização dos produtos que vendem. Mas será a marca CE, que surge nalguns deles, uma garantia de segurança? Mário Cordeiro, médico pediatra, esclarece a questão.
«Nem sempre», sublinha o especialista, autor do livro «Crescer Seguro», publicado pela editora Glaciar. «Este símbolo tem sido alvo de falsas interpretações, levando o consumidor a acreditar que se trata de uma garantia de conformidade com as normas de segurança», acrescenta ainda. Porém, tal nem sempre sucede.
Em Portugal, de acordo com a DECO, a associação de defesa do consumidor, mais de metade dos brinquedos à venda são perigosos. Em 2015, mais de metade dos cerca de 400 testados pela organização chumbaram no critério da segurança. Veja também 25 brinquedos que pode oferecer a bebés e crianças pequenas.
O que significa a marca CE
A marcação CE, obrigatória nos brinquedos para que possam ser comercializados, significa que o fabricante e/ou representante, devidamente identificados, declaram que o brinquedo cumpre a legislação. Trata-se, pois, de uma presunção de conformidade, uma vez que esta não tem de ser confirmada por ensaios laboratoriais para aposição da marca CE.
O que quem compras brinquedos deve fazer
Assumir uma atitude mais crítica e fazer sempre uma inspeção visual e tátil antes de o pôr nas mãos de uma criança. Na embalagem, além do símbolo CE, é conveniente verificar a presença dos itens abaixo. Se não forem cumpridos, o brinquedo não está em conformidade com as normas de segurança, pelo que poderá esconder outros problemas menos evidentes:
- Nome e contacto do representante em Portugal;
- Indicação, em português, da idade das crianças a que se destina;
- Instruções e avisos de perigo ou cuidados a ter, em português.
Texto: Carlos Eugénio Augusto
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