Os desafios do diagnóstico e do tratamento da doença na criança vão estar em debate no curso de Endocrinologia do Hospital Pediátrico de Coimbra, que terá lugar nos próximos dias 24 e 25 de Junho no Grande Hotel de Luso.
Um terço das crianças com diabetes mellitus tipo 1 apresenta cetoacidose (disfunção metabólica grave) no momento do diagnóstico.
Números que poderiam ser reduzidos se os pais estivessem atentos aos três sinais de alerta da doença: sede e urina em excesso e perda de peso, reconhece a médica pediatra Alice Mirante.
"Os sintomas principais da diabetes mellitus tipo 1 são a tríade: poliúria (urina em excesso), polidipsia (sede em demasia) e perda de peso. Em cerca de um terço dos casos ocorrem sintomas mais graves associados a cetoacidose diabética, que são desidratação e alterações do estado de consciência", avança Alice Mirante.
Para a especialista do Hospital Pediátrico de Coimbra, o maior desafio no diagnóstico da diabetes mellitus tipo 1 é evitar que as crianças entrem no episódio inaugural da doença com cetoacidose diabética. "Para tal é necessário investir na educação do público em geral para que, na presença dos três sintomas, procure apoio de modo a avaliar a glicemia e recorra a um serviço de urgência de pediatria", sublinha.
No Hospital Pediátrico do Centro Hospitalar de Coimbra, há entre 12 e 15 novos casos por ano de crianças com diabetes mellitus tipo 1. "A diabetes mellitus tipo 1 é uma doença crónica e permanente com necessidade de tratamento com insulina, com múltiplas administrações diárias ou bomba infusora de insulina para toda a vida", explica a pediatra.
Que avanços se têm registado no diagnóstico e no tratamento da diabetes mellitus tipo 1 na criança? E quais as perspectivas futuras na abordagem desta patologia? Estas são algumas das questões que estarão em análise no III Curso de Endocrinologia Pediátrica.
"Este curso pretende a formação de técnicos (médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos) envolvidos no seguimento e acompanhamentos das crianças com diabetes mellitus tipo 1. Insistiremos na necessidade de uma terapia da diabetes o mais funcional possível, que possibilite um bom controlo glicémico e uma boa qualidade de vida".
Em foco estarão, entre outros temas, a monitorização contínua da glicose, os aspectos psicoeducacionais da diabetes, as alterações da saúde oral nas crianças diabéticas e as perspectivas futuras relativamente ao diagnóstico e tratamento da doença.
15 de Junho de 2010
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