Estima-se que até 40 por cento dos jovens com diabetes tipo 1 podem ter um risco aumentado de desenvolver doença renal , o que também aumenta o risco de doenças cardíacas, afirmam em comunicado investigadores da Universidade de Cambridge, em Inglaterra.

 

Os investigadores examinaram a relação entre os níveis de albumina (uma proteína encontrada no sangue) na urina de crianças mais velhas com diabetes tipo 1 e o risco de doenças cardíacas e renais.

 

Elevados níveis de albumina na urina são usados para identificar adultos com diabetes que estão em maior risco de doença renal e cardíaca, declaram os cientistas, mas este é o primeiro estudo a mostrar que a variação normal nestes níveis pode ser um sinal de aumento do risco em jovens com diabetes tipo 1.

 

A equipa mediu os níveis de albumina na urina de mais de 3 300 doentes com diabetes com idades entre os 10 e os 16 anos, e também os verificou para os primeiros sinais de doenças renal e cardíaca.

 

Aqueles cujos níveis de albumina urinária estavam no top 30 por cento – mas ainda dentro do que é considerado o intervalo normal – apresentaram evidência de início de doenças de rins e cardíacas ao contrário daqueles com níveis mais baixos, de acordo com o estudo, que foi publicado na revista Diabetes Care.

 

«Gerir a diabetes tipo 1 já é difícil o suficiente sem ter de lidar com outros problemas de saúde», diz David Dunger, autor principal do estudo. «Ao recorrer ao rastreio precoce, podemos agora identificar jovens em risco de doenças cardíacas e renais.»

 

«O próximo passo será ver se os medicamentos usados para tratar doenças cardíacas e renais – como estatinas e medicamentos para reduzir a hipertensão – podem ajudar a prevenir complicações nos rins e no coração nesta população jovem, potencialmente mais vulnerável», declara.

 

Em Portugal, segundo dados da Sociedade Portuguesa de Diabetologia, em 2012 havia 3 056 crianças até aos 14 anos diagnosticadas com diabetes tipo 1.

 

Na diabetes tipo 1, o organismo não produz insulina, uma hormona que converte açúcar e outros alimentos em energia para o corpo.

 

 

Maria João Pratt

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