Investigadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, descobriram uma relação entre a toma de paracetamol durante a gravidez e a incidência de comportamentos hiperativos em crianças até aos sete anos de idade.

A investigação, baseada num estudo de coorte longitudinal, foi publicada no jornal Paediatric and Perinatal Epidemiology e analisou os efeitos da toma de paracetamol - um fármaco com propriedades analgésicas e antipiréticas utilizado para tratar a febre e a dor leve e moderada - entre as 18 e 32 semanas de gravidez e o comportamento dos filhos entre os seis meses e os 11 anos.

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No estudo, 43,9% das mulheres admitiram ter tomado paracetamol em algum momento da gravidez.

As crianças envolvidas no estudo foram submetidas a testes de memória, de quociente de inteligência e de comportamento.

Comportamentos hiperativos desaparecem

A equipa encontrou uma associação entre a toma de paracetamol e problemas de hiperatividade e atenção. Os cientistas referem, no entanto, que essas diferenças desapareceram aos sete anos de idade.

O estudo descobriu ainda que os rapazes são mais suscetíveis do que as raparigas aos possíveis efeitos comportamentais do paracetamol.

A investigadora e epidemiologista Jean Golding, que liderou o estudo, frisa que as descobertas somam-se a uma "série de resultados que servem de prova dos possíveis efeitos adversos de tomar paracetamol durante a gravidez".

No entanto, admite, mais estudos são necessários para corroborar estas conclusões.