Em 2018 morreram em Portugal 17 mulheres por complicações durante a gravidez, parto e puerpério, fazendo com que a taxa de mortalidade materna tenha subido de 10,4 para 19,5 mortes por cada cem mil nascimentos, ou seja, passou-se de nove mortes em 2017 para 17 em 2018.

Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, publicados esta sexta-feira pelo jornal Público, estão a provocar preocupação na Direção-Geral de Saúde.

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Com estes números, o país recua para valores de 1980.

O presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal, Luís Graça, afirmou, em declarações ao jornal, que "este número é uma brutalidade". O especialista lembrou que a média de nascimentos na última década é de 85 mil por ano.

"Este número é uma brutalidade, não tem o mais pequeno sentido. Um salto das oito ou nove mortes [maternas] para 17, mantendo-se o mesmo número de partos, é um exagero. Estou estupefacto. Uma morte por dez mil partos compreende-se, agora duas por dez mil partos não", disse.

Também a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, manifestou preocupação em relação a estes dados. "É um número elevado e há um aumento do número de casos que tem de ser valorizado. Estamos a fazer um esforço para perceber o que aconteceu. Se isto é um valor padrão, ou se veio para ficar. Estamos preocupados, obviamente", afirmou.

A Ordem dos Médicos classifica este número de mortes como anormalmente alto.