Morreu João Semedo, fundador da Academia do Johnson e mentor de jovens e crianças
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Inspirador para centenas de crianças e jovens, que há anos apoiava através de atividades desportivas e sociais, João Semedo Tavares ficou conhecido por assumir a sua passagem pela prisão e disso ter feito uma lição de vida, que procurou transmitir.

Nos últimos anos concretizou o seu projeto de apoiar as crianças e os jovens de bairros desfavorecidos, nomeadamente na Amadora (distrito de Lisboa), através da educação e do desporto e com a criação da Academia do Johnson.

Também realizou várias palestras, através das quais contou o seu percurso, revelando aos mais jovens que o crime não compensa e que o futuro passa pela educação e pelo desporto, como o futsal, modalidade de que era jogador e treinador.

Nascido em São Tomé e Príncipe e criado no bairro da Cova da Moura, na Amadora, João Semedo saiu de casa aos 09 anos, idade com que se iniciou no mundo da droga, para ir viver nas ruas com amigos.

O vício levou-o depois para o mundo da criminalidade e, aos 18 anos, acabou por ser condenado a uma década de prisão, conseguindo mudar de vida depois de sair da cadeia.

João Semedo trabalhou também com jovens na Associação Moinho da Juventude, na Cova da Moura, e em casas de acolhimento para jovens em risco, e foi motorista na agência Lusa. Lançou, pela Alêtheia Editores, o livro “Estou Tranquilo”, relatando a sua experiência de vida.

O seu lema “Somos aquilo que fazemos!” foi multiplicado nos últimos anos em vários espaços sociais, com o propósito de demonstrar que as ações de cada um constroem aquilo em que cada um se torna.

O objetivo da Academia do Johnson, conforme é apresentado no seu ‘site’, é “melhorar a vida dos jovens e dar-lhes as ferramentas de que precisam para se tornarem adultos felizes e com sucesso”.

A associação foi este mês distinguida com uma menção honrosa do Prémio Manuel António da Mota.

João Semedo, que se empenhou em fazer a “diferença na vida destes jovens”, morreu às 06:00 de hoje em casa, rodeado da família.

Desde que a notícia da morte de Johnson, como era conhecido, foi conhecida, têm-se multiplicado as mensagens de pesar nas redes sociais, nas quais o seu papel e amizade são recordados por muitos.