Em comparação com 2019, foram realizados mais 59 partos, confirmando uma tendência crescente que se verifica desde 2015, quando se verificaram 737 nascimentos, o número mais baixo dos registos.
"Quando a nível nacional existe uma quebra de natalidade, é um orgulho verificar que ano após anos continuamos a aumentar os números, merecendo a confiança das parturientes. Todo o mérito tem de ser dado aos nossos profissionais, nomeadamente da área da obstetrícia", disse à agência Lusa o presidente do Conselho de Administração do Hospital, Gaspar Pais.
O responsável enalteceu a superação do serviço, sobretudo num ano de 2020 tão condicionado pela pandemia de covid-19, garantindo que a integridade do serviço de obstetrícia foi resistindo às alterações estruturais que foram necessárias aplicar em outros serviços.
"Um parto é sempre um ato urgente, e, por isso, não podíamos deixar que a pandemia tivesse um impacto direto nessa atividade. Tivemos que impor alguns constrangimentos, nomeadamente nos acompanhantes, mas nunca deixámos que globalmente se afetasse o bem-estar das parturientes e dos bebés", vincou Gaspar Pais.
O presidente do Conselho de Administração desta unidade, que serve uma população de mais de 140 mil habitantes dos dois concelhos, garantiu que, "apesar das limitações das infraestruturas", o hospital está a preparar-se para em 2021 voltar a aumentar o número de partos.
"O nosso grande calcanhar de Aquiles centra-se nas instalações, que não são tão atualizadas e espaçosas como pretendíamos. Mas é um problema que estamos a resolver, melhorando a parte do internamento. Teremos, depois, de acompanhar essa evolução com mais recursos humanos", partilhou Gaspar Pais.
O responsável enalteceu a confiança dos residentes nos dois concelhos nos serviços prestados pelo Centro Hospitalar, e lembrou que no caso da obstetrícia a valência é procurada por muitas grávidas de outras regiões, nomeadamente das ilhas.
De acordo com dados do Programa Nacional de Diagnóstico Precoce, conhecido como “teste do pezinho”, divulgados em 13 de outubro, o número de bebés nascidos em Portugal nos primeiros nove meses do ano passado baixou 1,2% em relação ao mesmo período de 2019, totalizando 64.390.
O número representa uma quebra de 775 nascimentos entre janeiro e setembro face a igual período de 2019, em que foram rastreados 65.165 recém-nascidos no âmbito Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Janeiro foi o mês que registou o maior número de “testes do pezinho” realizados (8.043), seguido de setembro (7.712), julho (7.625), março (7.182), abril (7.067), junho (7.048), maio (6.910), agosto (6.904) e fevereiro (5.899).
O “teste do pezinho”, que cobre quase a totalidade dos nascimentos no país, é realizado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança, e permite diagnosticar algumas doenças graves que clinicamente são muito difíceis de diagnosticar nas primeiras semanas de vida e que mais tarde podem provocar alterações neurológicas graves, alterações hepáticas, entre outras situações.
Estes testes permitem identificar crianças que sofrem de doenças, como a fenilcetonúria ou o hipotiroidismo congénito, que podem beneficiar de intervenção terapêutica precoce.
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