A coordenadora da investigação, a psicóloga clínica Catarina Pinheiro Mota, explicou hoje à Lusa que os filhos vão replicar, na sua vida afetiva a relação que têm com os pais.
A título de exemplo, a investigadora afirmou que se houver uma relação “estável” entre pais e filhos, estes terão “maior disponibilidade” para ter e manter namoros, mas se a relação for “instável” os jovens terão “mais dificuldades”.
Outra das conclusões é a de que os filhos “replicam” nas relações amorosas os conflitos dos pais, avançou.
“Os filhos que presenciam conflitos interparentais vão, no futuro, ter uma relação amorosa pautada por este modelo”, frisou.
E concretizou: “todos os pais discutem, mas se resolvem a discussão aos gritos, por exemplo, os filhos vão ter esse modelo e replica-lo no namoro”.
O estudo realçou que os jovens resolvem os conflitos no namoro através de duas formas: estratégias de resolução não abusivas e estratégias de resolução abusivas e comportamentos violentos.
Os comportamentos não abusivos são realizados por jovens mais velhos, especialmente raparigas, entre os 22 e 25 anos.
Os jovens que recorrem a estas atitudes para resolver conflitos têm “baixos níveis de sintomatologia depressiva, ansiedade e sensibilidade interpessoal” e maior confiança no namoro.
Por seu lado, os comportamentos violentos são adotados maioritariamente por rapazes, sem diferenciação de idades, e associam-se a jovens com sinais depressivos.
“São preditos pela maior intensidade e frequência dos conflitos interparentais”, referiu a investigadora.
O estudo teve uma amostra de 505 jovens da zona norte do país, entre os quais 139 rapazes e 366 raparigas com idades entre os 18 e 25 anos e habilitações entre o 9.º ano e ensino superior.
Os investigadores de Psicologia Clínica da UTAD, em Vila Real, quiseram entender a “qualidade de vinculação aos pais e o seu efeito na vinculação amorosa em jovens adultos”, tal como o “papel dos conflitos interparentais no desenvolvimento dos conflitos no namoro".
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