O relatório que diz respeito a Portugal, a cargo do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, faz parte de um estudo internacional onde participam mais de 40 universidades dos cinco continentes, intitulado "COVID-19: Estudo Transcultural sobre os Efeitos de Stressores Globais em Casais".

A investigação do CES nota que "casais com filhos perspetivaram menor impacto emocional negativo" devido à pandemia, sugerindo que "ter filhos é um fator protetor para um contexto tão crítico como o atual", disse à agência Lusa Alda Portugal, da equipa de investigação do CES responsável pelo estudo.

Nas respostas que permitiram estes resultados preliminares divulgados hoje pelo CES participaram 504 pessoas. A recolha de respostas decorre até julho.

Os participantes com filhos (47%) são os que mais referem sentir menos perturbação emocional global, menos ansiedade e menos depressão, "independentemente da idade dos filhos", salientou o CES, na nota de imprensa divulgada hoje.

O estudo preliminar conclui também que 74,3% dos participantes estão muito preocupados com a pandemia e 66,6% consideram que a sua vida "foi grandemente afetada pela COVID-19".

O estudo revela ainda que, dentro dos participantes, os sintomas de stress, ansiedade e depressão "aumentaram significativamente", quando comparados com o período pré-isolamento.

Nos resultados preliminares, observa-se também que quanto maior é a satisfação com a relação conjugal "menores são os níveis de depressão e stress".

De acordo com Alda Portugal, a equipa pretende investigar com mais detalhe outras variáveis que não foram ainda abordadas neste relatório, como a forma como o rendimento familiar sofreu alterações ou se há diferenças nos níveis de stress e ansiedade em relação à profissão que o inquirido exerce.