“Queremos que chegue ao conhecimento do senhor ministro da Educação e ao Governo de que este problema é grave e que se arrasta há vários anos e não é resolvido. As pessoas não são máquinas, são pessoas e têm limites”, afirmou à Lusa Paula Bravo, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul (STFPSS).
Segundo a responsável, a paralisação dos funcionários, entre as 07:00 e as 10:00, motivou o encerramento da Escola Secundária do Monte de Caparica, da Escola Básica 2,3 Costa de Caparica e das escolas primárias José Cardoso Pires, Costa de Caparica e Vila Nova de Caparica, em Almada, no distrito de Setúbal.
Além disso, a partir das 08:00, realizaram também uma “forte concentração” em frente à escola básica Costa de Caparica, onde estiveram cerca de 50 funcionários, que contaram com o apoio de “alunos, professores e pais”, adiantou a dirigente.
“Esta falta de trabalhadores afeta toda a comunidade e não só os professores. Os trabalhadores são o elo mais fraco. Sente-se na sua saúde física e psicológica a sobrecarga de trabalho que têm em cima e depois afeta tudo, como a questão da segurança dos jovens e crianças”, explicou.
Já na segunda-feira, em declarações à Lusa, Paula Bravo tinha referido que os funcionários estavam a chegar a um ponto de rotura.
“São 2.041 alunos para muito poucos funcionários. Isto atingiu um ponto de rotura. Os trabalhadores que têm vindo a entrar são poucos e não são suficientes para colmatar as saídas dos últimos anos”, contou, na ocasião.
De acordo com Paula Bravo, devido à falta de pessoal não docente têm estado a ser encerrados serviços das escolas, como bibliotecas, centros de recursos, reprografias, papelarias e até ginásios.
“A partir das 16:00 não há Educação Física, porque não há funcionários para assegurar o ginásio. Por exemplo, só na escola da Caparica faltam nove funcionários: três saíram para a reforma, três estão de baixa e outros três passaram para o serviço administrativo”, explicou.
Se nada mudar depois da paralisação e protesto de hoje, a dirigente sindical promete continuar e alargar a luta.
“Nós vamos ter que continuar se o problema não for resolvido, não sei se a nível de uma luta geral, porque isto passa-se em diversas escolas do país”, advertiu.
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