Todos os dias a utilizadora do Natural Cycles tem de inserir na app informações sobre a temperatura corporal, captada com um termómetro que é vendido com a aplicação.

A ferramenta não só indica os dias férteis, como também alerta para a importância do uso de algum contraceptivo adicional.

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No entanto, das 668 mulheres que abortaram num hospital de Estocolmo entre setembro e dezembro de 2017, quase 40 disseram que usavam a aplicação "para se orientarem".

"Nenhum método contracetivo é 100% eficaz e gravidezes indesejadas são, infelizmente, um risco de qualquer método. Natural Cycles tem um selo Pérola Index de 7, que significa uma eficácia de 93%", justifica a empresa em comunicado.

Aprovada na UE

A aplicação Natural Cycles foi aprovada pela União Europeia em fevereiro e registada a 7 de agosto pelo Infarmed como dispositivo médico.

É a primeira app com a denominação de dispositivo médico em Portugal. A ideia partiu da sueca Elina Berglund, que quis desenvolver um algoritmo para controlar o seu ciclo menstrual.

A Natural Cycles surgiu quando o casal Elina Berglund e Raol Scherwitzl procuravam um método de contraceção natural eficaz. Como têm conhecimentos na área de matemática avançada e análise de dados, decidiram juntar o desejo pessoal à aptidão profissional e criaram o produto.

Berglund diz que já há, em todo o mundo, 400 mil utilizadoras, cerca de mil em Portugal. A subscrição da aplicação tem um custo mensal de 8,99 euros ou uma anuidade de 64,99 euros.