Estas são algumas das conclusões do estudo feito pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE) às respostas dadas nas provas de aferição por cerca de 49 mil alunos do 2.º, 5.º e 8 .º ano.
O “Estudo de Aferição Amostral do Ensino Básico – Descrição Qualitativa dos Desempenhos”, hoje divulgado, faz uma análise do desempenho dos estudantes e revela onde mostraram ter mais dificuldades.
No caso dos alunos do 2.º ano, por exemplo, apenas 7,8% responderam de forma completamente correta quando lhes foi pedido que fizessem uma análise e avaliação do conteúdo de um texto.
A maioria dos alunos (51,9%) deu uma resposta incorreta e 17,9% nem tentou responder, revelou o presidente do IAVE, Luís Pereira dos Santos, em declarações aos jornalistas.
Os investigadores perceberam que os alunos do 2.º ano tinham dificuldades em fazer sínteses de partes do texto, reorganizar a informação lida ou mesmo em escrever um texto.
“Escrever um texto, assegurando a progressão da informação, a mobilização de informação pertinente e a utilização de vocabulário adequado ao tema” é uma das falhas referidas no estudo.
No entanto, na perspetiva do presidente do IAVE, não existem maus resultados: “Nunca temos maus resultados nas provas de aferição. São sempre bons, desde que a informação seja boa”.
Luís Pereira dos Santos explicou que o objetivo destas provas e do estudo hoje divulgado é perceber onde e como se deve atuar para melhorar: “O IAVE tem uma estratégia de avaliar e devolver os resultados às escolas para ter impacto nas estratégias e, no final, nas aprendizagens dos alunos”.
Depois de identificadas as fragilidades, o IAVE apresenta um conjunto de sugestões e contributos para que os professores possam explorar em sala de aula.
No caso dos problemas detetados a Português, por exemplo, o IAVE dá como sugestão a realização de pequenas paragens durante a leitura para fazer sínteses ou pequenos resumos do que já foi lido.
Continuando a olhar para as dificuldades detetadas, no caso da Matemática, os alunos do 2.º ano revelaram várias fragilidades, tais como conseguir utilizar o sinal de igual para estabelecer uma relação de equivalência ou em ler e escrever uma medida de tempo apresentada num relógio de ponteiros, “estabelecendo a relação entre uma hora e uma volta completa do ponteiro dos minutos”.
Já os alunos do 5.º ano revelaram dificuldades a Inglês tanto ao nível da compreensão oral, como da leitura e da produção e interação escritas. Por exemplo, muitos alunos tiveram dificuldades em compreender a informação introduzida pela adversativa “but”.
“No que diz respeito ao uso da língua”, avança o estudo, os alunos mostraram dificuldades em aplicar o verbo “to be” na disciplina de Inglês.
Também foram identificadas dificuldades nos domínios da Leitura e da Educação Literária, tais como conseguir fazer um resumo ou uma síntese de informações retiradas de um texto, “neste último caso, sobretudo quando as informações em causa não se encontram ordenadas cronologicamente”.
A resolução de equações do 1º grau com uma incógnita é uma das nove dificuldades destacadas no estudo em relação aos alunos do 8.º ano que realizaram a prova de aferição de Matemática.
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