Segundo Manuel Coutinho, psicólogo clínico, tornar-se família é criar um «espaço emocional de entreajuda entre as pessoas, no sentido de colaborarem e fazerem com que cada um tenha sucesso e progrida individual e coletivamente».
E continua: «As crianças precisam que a mãe e o pai as acolham no seu máximo expoente e que as ajudem a crescer com muita serenidade e tranquilidade».
Podemos sempre dizer que há crianças que podem facilitar mais esta integração. São mais calmas, risonhas e apelativas, facilitam a interação, tornam a tarefa dos pais mais fácil.
Para além das crianças que nascem diferentes, com algumas patologias, tornando, que mais não seja em termos práticos, este processo da formação da tríade mais moroso e complexo. Os tempos são normalmente de ansiedade para os pais, e de confusão, pelo menos nos primeiros tempos.
Seja como for, de acordo com Manuel Coutinho, o que se sabe hoje é que «independentemente das características físicas ou eventualmente da reatividade que uma criança tem ao nascer, os pais têm de desencadear essa reatividade».
«Os filhos precisam de pais que os saibam tornar autónomos e consequentemente adultos felizes e realizados», encoraja o psicólogo clínico.
Enorme é, portanto, o desafio de sermos hoje dois e amanhã três. E de crescermos juntos.
Texto: Lia Pereira
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